Jannik Sinner e Carlos Alcaraz são dois dos maiores expoentes da nova geração do tênis. Atuais números 1 e 2 do mundo, os dois também dividem os títulos de todos os Grand Slams da atual temporada.

Com as aposentadorias de Murray, Federer e Nadal, Djokovic é o único representante do Big 4 ainda na ativa, e mesmo assim já caminha para a parte final de sua carreira. Muito por isso, já se começa a falar da rivalidade entre Sinner e Alcaraz como a mais nova constante no topo do tênis.

Embora os dois ainda tentem lidar com o tópico com calma, o tema é cada vez mais recorrente nas suas entrevistas. Antes do Masters 1000 de Paris, do qual Sinner acabou desistindo, ambos trocaram elogios publicamente.

Jannik fez questão de destacar que os dois são jogadores diferentes, com características distintas. O italiano, atual número 1 do mundo, ressaltou que, em sua opinião, Alcaraz hoje tem algo a mais:

"Alcaraz e eu somos jogadores muito diferentes. Eu mantenho o ritmo bem alto e sou mentalmente forte. Ele é fisicamente forte e, no momento, tem algo a mais em termos de tênis. Ele joga slices e voleios melhor, mas, para mim, isso é positivo. Significa que tenho espaço para melhorar. Carlos é excepcional na quadra... drop shots, passadas, lobs, ótimos voleios. Não sei se algum dia serei assim. Como tenista, sou sólido e, quando necessário, consigo acertar a bola vencedora. Nós dois trazemos nosso melhor nos pontos importantes", avaliou Sinner.

Carlitos, por sua vez, destacou que, embora tenha levado a melhor sobre Sinner na maioria dos confrontos neste ano, ele ainda precisa, assim como o italiano, ser mais consistente ao longo da temporada:

"Sim, com certeza. Quero dizer, não importa que eu tenha vencido o Jannik três vezes. Provavelmente, não joguei um bom tênis em alguns torneios. Minha porcentagem de vitórias este ano está realmente muito alta, mas o Jannik está em outro nível este ano (sorrindo), com mais de 91% de vitórias. Poucos jogadores fizeram isso antes. Mas sim, acho que todos os jogadores buscam ser mais consistentes durante o ano. Em todo torneio que você joga, quer ir longe, o mais longe que puder. Esse é meu objetivo para o próximo ano. Nos torneios em que não joguei bem ou não fui tão longe quanto queria, vou tentar alcançar. Vou tentar não perder nas primeiras rodadas, nas quais provavelmente perdi este ano", declarou o espanhol.

Embora a rivalidade dos dois seja marcada por respeito e até uma amizade fora das quadras, mais recentemente os dois se contradisseram sobre suas participações no King Six Slam, uma exibição na Arábia Saudita que teve o maior prêmio da história do tênis. Em uma fala que gerou controvérsias, Jannik Sinner afirmou que não disputou o torneio pelo dinheiro, mas sim para medir o nível de seu tênis com os melhores jogadores do mundo. O italiano foi campeão, derrotando Alcaraz e Djokovic.

"Eu não jogo por dinheiro. É muito simples. Claro, é um bom prêmio e tudo mais, mas fui lá porque possivelmente estavam os seis melhores jogadores do mundo... O dinheiro é importante, mas não tanto assim. Eu vivo bem também sem esse dinheiro. Acho que a saúde que tenho, estar rodeado de grandes pessoas e a família são muito mais importantes. O dinheiro, para mim, é apenas um extra", afirmou Jannik.

A declaração gerou frenesi dentro e fora do circuito da ATP. Enquanto fãs questionaram a veracidade das intenções do italiano, o tenista Stan Wawrinka reagiu à declaração com uma risada no Twitter.

Carlos Alcaraz, que também disputou o torneio, foi questionado sobre o assunto e deu uma resposta que foi na direção contrária a de Sinner. O espanhol deixou claro que o dinheiro pesa em suas decisões e que, por isso, também joga tênis.

"Bom, quero dizer, se eu disser que fui lá só para me divertir ou jogar e esquecer o dinheiro, vou estar mentindo. Obviamente, todas as pessoas trabalham por isso também. É assim que a vida é. Eu amo jogar tênis... na maior parte do tempo, não penso no dinheiro. Eu só jogo por amor ou por diversão. Mas você precisa ser realista. Tem que pensar que quer ganhar dinheiro, e é isso. Na Arábia, é o maior prêmio em dinheiro da história, então isso foi uma boa motivação, pelo menos para mim", resumiu Alcaraz.

Foto: Greg Baker/AFP via Getty Images