A Tennis Integrity Unit (TIU), órgão que investiga casos de corrupção no esporte, publicou na última semana um relatório sobre os jogos suspeitos de manipulação em 2020.

Entre janeiro e 22 de março - data da paralisação do circuito - a entidade identificou 38 partidas suspeitas. Todas em torneios nível Challenger ou Future. O número representa um aumento de 80% em relação aos 21 casos no mesmo período do ano passado.

— O aumento no número de partidas relatadas no primeiro trimestre de 2020 é um indicador que os níveis mais baixos do tênis profissional (Challenger e Future) foram, deliberadamente, tomados por corruptos à medida que o esporte se aproximava da paralisação pelo coronavírus - informa o comunicado.

A TIU ressalta que um alerta não significa que a partida foi manipulada, mas que houve padrões suspeitos de aposta:

— É importante entender que apenas o alerta não evidencia manipulação (...) existem outros motivos, além de corrupção, que podem explicar apostas incomuns. Como cotações erradas, apostadores bem informados, forma física dos jogadores, fadiga e condições pessoais - explica a entidade.

O órgão também destaca que, devido à preocupação com a integridade do esporte, “está desenvolvendo campanhas de educação e conscientização para informar e apoiar jogadores, juízes e funcionários de torneios”.

Apenas neste ano, a TIU sancionou três tenistas por manipulação de resultados. O francês Jonathan Kanar e o britânico Patrick Keane foram suspensos temporariamente. Enquanto o brasileiro João Souza (Feijão), que estava em suspensão provisória, foi banido permanentemente do tênis.