Beatriz Haddad Maia

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Por Nittenis News  •  04 de Fevereiro de 2022

Por Thomaz Kock

Quanta história, quantos flash backup aconteceram no último domingo.

Que recuperação, que show que a Bia deu para nós neste torneio de Grand Slam!

Aliás a história começou bem antes: Bia estava inscrita para jogar dois torneios na Austrália. Em duplas jogaria com a parceira argentina, Nadia Podoroska, que na última hora ela se lesionou e não pode jogar. Para não ficar sem jogar a dupla,  já que sempre entra uma grana a mais, convidou a amiga Anna Danilina do Cazaquistão que estava na Turquia, bem longe da Austrália, e que só poderia chegar para jogar na terça-feira do primeiro torneio, que seria em Sydney.

Tudo acertado as duas vão encaixando o jogo a medida que as rodadas acontecem e acabam vencendo o torneio em Sydney e estão prontas para realizar mais zebras no AO.

No Grand Slam australiano, somente na primeira rodada vencem em dois sets diretos. Em todos os outros jogos a decisão vai para o desempate, e em quase todos depois de perder o 1º set.

Após duas semanas estão na semifinal contra as japonesas, cabeças de chave 2 do torneio, Aoyama e Shibahara. Mais drama nesse jogo, depois de vencer o 1º set e liderar por 5-3 no 2º, finalmente vencem por 6-4 no 3º set, com muita categoria e se impondo de vez!

Na final o encontro com as cabeças de chave nº1, francas favoritas vencedoras de Roland Garros, as tchecas  Krejcikova e Siniakova.

Krejcikova só parou nas quartas de final de simples do AO, perdendo da M. Keys. Portanto além de duplista, tremenda jogadora de simples também! Nas simples Bia passou uma rodada e perdeu da romena Halep na 2ª rodada.

A final de duplas foi linda, duríssima e Bia não errou nenhuma bola por um set e meio e o jogo estava inclusive mais para elas até esse momento. Mais para o final do 2º set as tchecas se impuseram e no 3º set elas abriram 5-1, aí Bia e Anna encostaram em 4-5 mas as tchecas fecharam em 6-4.

Só não entendi porque Bia sendo canhota sacou de cara para o Sol que estava fortíssimo. O Sol incomoda muito dependendo da hora do dia, e a tenista canhota saca olhando para o lado oposto da tenista destra que é o caso de Anna. Era claro que ela teria de sacar primeiro, mas dependendo do que as adversárias escolhessem ela poderia optar por sacar no primeiro ou segundo game dependendo do lado que ficassem as adversárias, ou será que não tiveram opção?

Que virada que deu a Bia em sua carreira. Depois de quatro cirurgias o problema do doping, que a fez ficar fora do circuito mais de ano perdendo os pontos e tendo de recomeçar do zero, jogando os torneios pequenos porque nos grandes não tinha ponto nem para jogar o quali…

Enfim é difícil aquilatar o tamanho do esforço e da garra que essa tenista demonstrou para se colocar novamente entre as 100 do mundo, atualmente em 75 e em duplas 40. Esse torneio foi um presentão e a certeza que trará muito mais confiança para Bia que prioriza as simples mas não deixará de fazer fé nas duplas também.

Totalmente merecido para Bia, fiquei muito contente por ela!

Torcendo agora pela plena recuperação da Luisa Stefani! Que ela volte rápido e com aquela confiança que é a sua marca registrada dela!

E o que falar do Nadal, superando todas as expectativas mais otimistas, vencendo na Austrália um partidaço de 5 horas e meia de pura correria de um lado para outro da quadra, com direito a contrapés, deixadas, lobs, voleios, enfim com os dois tenistas explorando todos os cantos da quadra numa tremenda velocidade, chegando em bolas incríveis e com muita consistência .

Jogaço do Medvedev e do Nadal, ele que em agosto estava de muletas se recuperando de uma cirurgia no pé sem saber se poderia jogar novamente. Que fenômeno, que jogador, que pessoa incrível, humilde e que quase se desculpa quando vence!

Muita sorte poder ver Nadal até hoje nos proporcionando essa exibição de garra inigualável, técnica e esportividade que engrandece o tênis tremendamente!

Depois dessa maratona a televisão atrás do Nadal quando o descobre muito solto, alegre e pedalando numa bicicleta ergométrica. Aí chegou o Laver, outro monstro do tênis, para felicitá-lo e trocar algumas palavras de campeão para campeão. Laver dá meia volta e Nadal volta para terminar de pedalar mais um pouco!

E agora? Qualquer desportista humano normal diria, deu para mim, terminar por cima é melhor do que conviver com muitas dores no dia a dia, mas Nadal com certeza já está pensando no seu torneio favorito, Roland Garros,  que já venceu 13 vezes, ou por aí, a gente até perde as contas com esse exagero de vitórias! Ha ha ha

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