Bia é eleita Mulher do Ano por revista

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Por Raphael Favilla  •  05 de Dezembro de 2023

Depois de uma temporada de grande sucesso, Beatriz Haddad Maia foi eleita a “Mulher do Ano” pela renomada revista GQ Brasil. A paulista de 27 anos chegou na semifinal de Roland Garros e fechou o ano na 11ª colocação do ranking mundial. Além de comemorar seu 2023, Bia também revelou o desejo de ser mãe em entrevista após o prêmio.

“A cada etapa, fui me consolidando, e passei a sentir confiança para subir ao próximo estágio. Nunca quis pular barreiras”, contou a paulista de 1,85 m à revista.

Canhota e descrita como uma "grande lutadora" pela tenista Iga Swiatek, atual número um do mundo, a paulista e a polonesa se enfrentaram na semifinal de Roland Garros, em junho. A partida foi histórica e furou a bolha da modalidade, além de mobilizar novas torcidas. O feito, para o Brasil, não acontecia desde o tricampeonato de Gustavo Kuerten, em 2001, e, para as mulheres, desde Maria Esther Bueno no Aberto dos EUA, no longínquo 1968.

"Ainda vivemos em um mundo machista. Maria Esther fez parte de uma geração que lutou por isso e pelo prêmio em dinheiro. Respeito e valorizo. Com certeza, não me coloco na mesma página", contou Bia.

Confira mais momentos da entrevista de Bia à GQ

Sonho da maternidade

Bia Haddad não vai sossegar até subir no lugar mais alto do pódio de um Grand Slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open). Enquanto isso não acontece, adia planos e sonhos, que pretende realizar daqui a alguns anos.

"Quero ser mãe. Por isso, planejo competir mais uma década. A maternidade é um sonho e afeta diretamente a decisão da aposentadoria”.

Casca dura

Desistência não existe no dicionário da atleta, mesmo nas conjunturas mais nebulosas. A tenista já sofreu lesões que demandaram cirurgias e afastamento das quadras por meses, o que a levou para as últimas posições do ranking mundial.

Só neste ano, ela precisou puxar o freio duas vezes: em Wimbledon, quando abandonou as oitavas de final por fortes dores na lombar, e um susto na véspera do WTA 1000 de Guadalajara, no México, quando passou por um acidente doméstico.

O episódio mais desestabilizador da carreira ocorreu em 2019, com um exame antidoping que atestou substâncias ilícitas em seu organismo. A Federação Internacional do Tênis (ITF) suspendeu Bia por três meses e ela batalhou por mais sete para provar sua inocência em julgamento, que constatou uma contaminação cruzada de suplementos vitamínicos.

"Foi muito injusto. Ela mostrou muita força para estar onde está agora; e, acima de tudo, abdicação. Hoje, uma pedra no caminho não é nada”, expressou Laís Haddad, mãe de Bia

Blindagem

Cercada pela equipe técnica durante 80% do tempo — estão ali o treinador Rafael Paciaroni, o fisioterapeuta Paulo Roberto Cerutti e o preparador físico Rodrigo Urso —, Bia segue uma estratégia denominada como "blindagem", especialmente durante os torneios.

Ela possui dois aparelhos celulares. O primeiro, para a comunicação essencial; somente a equipe e a família têm acesso a ele. No segundo, concentra a vida social, onde tem acesso às redes (no Instagram, por exemplo, coleciona 380 mil seguidores).

"Ela mantém uma frequência limitada. Utiliza o segundo aparelho apenas em momentos nos quais se vê aberta e preparada para muitas mensagens e trocas”, conta Rafael Paciaroni, técnico de Bia.

 Foto: Pedro Dimitrow

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