Circuito profissional ou universitário? Os próximos passos de João Fonseca

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Por Raphael Favilla  •  11 de Setembro de 2023

"Aqui se encerra minha carreira no juvenil. Agora é ir com tudo para o profissional", arrematou João Fonseca depois de conquistar o título do US Open Junior. No entanto, como veremos a seguir, o garoto ainda considera a hipótese de disputar o circuito universitário nos Estados Unidos em algum momento.


Terceiro brasileiro a conquistar um título juvenil de Grand Slam em simples, seguindo os passos de Tiago Fernandes (campeão do Australian Open em 2010) e Thiago Wild (campeão em 2018 do US Open), o carioca de 17 anos amanheceu nesta segunda assumindo o posto de número 1 do mundo entre tenistas de até 18 anos. Além do título, João também é o terceiro atleta do país a alcançar a liderança do ranking juvenil. Tiago Fernandes foi número 1 do mundo em abril de 2010 e Orlando Luz assumiu a liderança em maio de 2015.


"Mal consigo acreditar em tudo que aconteceu no fim de semana. Foi um jogo duríssimo, com um grande jogador, que entreguei tudo de mim. Quero agradecer a cada um que torceu, que mandou energias positivas, elas certamente chegaram a quadra 11 do US Open ontem e me ajudaram a conquistar esse título! Trago comigo na bagagem muito mais que esse troféu, trago a experiência de um torneio difícil, jogos que exigiram muito de mim, lições que esse torneio me deu, tive que exercer a paciência, a resiliência, a concentração, fui testado pelos meus adversários e pelo clima que rendeu várias paralizações, mas agradeço a minha equipe, ao meu treinador por me manterem firme, mesmo com todas essas adversidades", escreveu o garoto, que bateu na final deste sábado o norte-americano Learner Tien, de virada, por 4/6 6/4 6/3.

"Agradeço a minha família por sempre me acompanhar, por acreditar em mim e por me permitir voar tão alto, me conduzir até aqui de uma maneira tão leve e feliz. Meu irmão mais velho Gui, que pegou um voo do Brasil, de sexta para sábado para me assistir na final. Ao meu treinador Guilherme Teixeira por ser incansável, pela paciência, pelo trabalho desenvolvido, pelos ensinamentos, a sua família pela parceria e compreensão, a Ana, por dividir o pai dela comigo! A minha equipe toda, que trabalha tão duro todos os dias. A todos que de alguma maneira me ajudaram a chegar até aqui, desde que comecei a jogar. Aos meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado. Aos que vieram antes de mim, abrindo caminho para o esporte e que me inspiram tanto. Aos mais novos, que eu possa também ser inspiração, prometo dar meu máximo. A torcida presente em Nova Iorque, que certamente fez a diferença. E a todos que torceram por mim. Muito Obrigado", continuou o carioca, que se inspira em Bia Haddad "porque ela joga com o coração".

"Vida de atleta não é fácil, são muitas renúncias, sacrifícios, mas pra mim, são escolhas. Eu escolho o TÊNIS todo dia quando acordo, eu amo esse esporte e dias como esses, fazem tudo valer a pena! Muito bom poder levar comigo a torcida de vocês e levar essa bandeira, que tanto me orgulha, ao lugar mais alto do pódio! Seguimos humildes, trabalhando e lutando! Aqui é Brasil porra!", finalizou, repetindo a frase proferida em quadra e que ganhou o mundo.

Circuito Profissional ou Universidade?

A decisão em Nova Iorque foi a primeira final de simples de João Fonseca em um Grand Slam. Em duplas, o brasileiro já tinha chegado a uma decisão ao lado do belga Alexander Blockx, mas ficaram com o vice-campeonato juvenil do Australian Open deste ano. Curiosamente, João Fonseca perdeu aquela final para Tien, que fez parceira com o também americano Cooper Williams. Em janeiro, a dupla do brasileiro perdeu a final por duplo 6/4. Em Wimbledon, foi semifinalista também nas duplas.

Destaque no fim do ano passado, quando comandou a conquista do Brasil na Copa Davis Juvenil, e tendo colecionado outros bons resultados na categoria, onde fez quartas de final no AusOpen, Roland Garros e Wimbledon; conquistou o J300 de Roehampton, e foi vice do J500 Criciúma/Banana Bowl, João mira agora o circuito profissional.

Vale destacar que, entre os profissionais, neste ano, Fonseca disputou o Rio Open, mas caiu na estreia diante do eslovaco Alex Molcan (6/3 e 6/0). O carioca hoje se encontra na posição 650 do ranking da ATP.

Já na Dinamarca integrado à equipe brasileira, que disputa a Copa Davis em um duelo contra os donos da casa no próximo final de semana, Fonseca conversou com a imprensa por videoconferência, e contou um pouco mais sobre seus planos para a carreira.

“Eu tenho falado com algumas universidades, que eu prefiro deixar os nomes apenas no meu âmbito pessoal, mas eu quero deixar as duas portas abertas o máximo de tempo que eu conseguir, tanto a do profissional quanto a da universidade. Acho que consigo manter isso em aberto até junho ou julho do ano que vem. Acho que seria uma experiência boa, passar 8 meses lá e depois partir para o tênis profissional, mas não quero decidir nem pontuar nada agora. Vamos ver como as coisas ficam, se em julho do ano que vem eu estiver com um ranking bom, cabeça boa, eu sigo no profissional; caso eu queira ter essa experiência da universidade quero poder ir também, então deixo ambas abertas”, contou. “Eu penso em fazer algo em relação à business. Meu pai trabalha no mercado financeiro e eu tenho falado com algumas pessoas que ele me indicou a falar”, pontuou.

Calendário

O que se sabe até agora de forma concreta é que a joia de 17 anos vai se dedicar integralmente nas próximas semanas ao circuito profissional, onde já definiu calendário:

18/09 Challenger 100 de Antofogasta, no Chile, joga o qualificatório;
25/09 Challenger 125 de Bogotá, na Colômbia, onde também joga o qualificatório.
02/10 Challenger 100 de Campinhas, na chave principal

O calendário de challengers sul-americanos irá até a primeira semana de dezembro, e João deve disputar boa parte deles. No Brasil, ainda haverá os seguintes torneios:

09/10 M25 Lajeado
23/10 CH 75 Curitiba
20/11 CH 100 Brasília

Antes disso, fiquemos com o ponto que consagrou o jovem carioca em Nova Iorque:







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