Experiências da quadra para a vida

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Por Sylvio Bastos  •  04 de Janeiro de 2020
Mais uma vez o mês de dezembro marcou o encontro dos melhores juvenis do mundo na Flórida, Estados Unidos. Eu, particularmente, venho nesses torneios com muita frequência, desde 1979, quando ainda jogava juvenil. Tive a chance de jogar e conhecer muito gente, amigos que ainda tenho até hoje. É uma oportunidade maravilhosa de se presenciar o futuro do tênis mundial.

A sequência de torneios começa em Bradenton, com o Eddie Heer, importante evento do circuito juvenil. Em seguida, é jogado o Little Mo em Palm Beach Gardens, apenas para 10, 12 e 14 anos. Para finalizar o Orange Bowl, talvez o mais tradicional do circuito juvenil, com pontuação igual aos Grand Slams.

Nos dois torneios masculinos de 18 anos, só deu Argentina. No Eddie Heer, Thiago Tirante foi campeão e Roman Burruchaga vice, ambos argentinos. Já no Orange Bowl, mais um título de Thiago Tirante, que com esse resultado, encerra o ano como 1º do mundo.



Como fiquei nos torneios de 12 e 14 anos, acompanhei bem de perto essas categorias. Normalmente existe uma grande diferença física entre essas duas faixas etárias, talvez a maior de todas, se compararmos com as outras de 16 e 18 anos. Em outros anos anteriores, os 12 anos eram ganhos por aqueles que erravam menos e o 14 pelos maiores e mais fortes. Esse ano ficou muito claro que no 12, já existe uma preocupação tática, meninos e meninas buscando algo mais, do que simplesmente passar a bola para o outro lado. Já no 14, me impressionou bastante a variação dos finalistas, todos buscando um bom primeiro saque, usando slices na hora certa e, principalmete, sabendo como jogar os pontos. É certo que os melhores do mundo de 14, talvez já estejam jogando acima da idade, como Robin Montgomery que ganhou o 18 feminino com 15 anos, assim como Coco Gauff já tinho ganho no ano anterior também com 15 anos.



Depois de quase um mês de torneios, fica a certeza de que essa experiência de jogar nos EUA, sempre foi e continua sendo muito importante na formação desses jogadores. Lembrando que além desses torneios maiores, ainda existem os paralelos com pontuação para a UTR, para aqueles que buscam uma faculdade ou, simplesmente querem jogar mais jogos. Cada jogo é uma nova experiência, uma nova vivência. Os brasileiros se acostumam a jogar sabendo e conhecendo seus adversários desde sempre, ter adversários que nunca se viu, em todos os jogos, é altamente enriquecedor. É como se ter que descobrir como jogar a cada jogo, dentro do próprio jogo.


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