Frescobol

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Por Diego Werneck  •  03 de Junho de 2016

Não poderia nascer em outra faixa de areia senão a carioca o jogo mais democrático do mundo. De Copacabana para o mundo, o frescobol une as mais diversas e possíveis pessoas sob o mesmo objetivo: não deixar a bolinha cair. Adeptos da pouca roupa estão realmente uniformizados quando não usam uniformes. Equiparados quando não trajam o que possa segregar, seus jogadores invertem a lógica do jogo competitivo. Aqui, a grande jogada é a cooperação. Uma atividade em que se cultiva a amizade e o comprometimento entre os praticantes.

Ainda que a prática do frescobol seja muito semelhante a outras mais antigas que já faziam uso de raquetes, como por exemplo “el juego de pelota”espanhol do século XVIII, podemos dizer que foi na Princesinha do Mar que a atividade ganhou a forma que conhecemos hoje.

Na década de 1950, o arquiteto Caio Rubens Romero Lyra costumava jogar tênis com amigos nas areias da praia de Copacabana. Como as raquetes estragavam com a maresia frequentemente, desenhou raquetes de madeira resistentes à água do mar e pediu a um amigo, que possuía uma carpintaria, para fabricar as raquetes. O nome frescobol só viria a ser cunhado anos mais tarde, uma alusão ao termo “frescor do final da tarde”. Conta-se que os gringos não conseguiam praticar a atividade sob sol forte, daí a junção de ‘fresco’ com ‘ball’.

Em 2003, realizou-se um encontro de praticantes de frescobol em Vitória, capital do Espírito Santo, com o objetivo de se discutir uma proposta para unificação de regras na modalidade.  Foi então elaborada uma metodologia que fosse capaz de efetuar a leitura do jogo, transformando-o em números, abstraindo ao máximo a subjetividade e criando fórmulas matemáticas, totalmente objetivas, com o auxílio de vários atletas e árbitros das federações.

A discussão não foi pra frente e atualmente cada estado mantém suas regras práticas. O sonho de registrar a atividade no Ministério dos Esportes e Comitê Olímpico Brasileiro parece estar ainda longe.

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