É hoje! Começa nesta segunda aquele período no calendário que todo fã de tênis anseia meses por chegar. De 29 de agosto a 11 de setembro os olhos do mundo se voltarão para Flushing Meadows para o quarto e último Grand Slam do ano, o US Open.
Ao longo de duas semanas, os melhores tenistas do mundo se enfrentam nas quadras duras do Centro Nacional de Tênis Billie Jean King, buscando a imortalização na história da modalidade. Esta edição promete ser histórica!
São tantas histórias acontecendo ao mesmo tempo em um só lugar, que certamente todas as atenções estarão voltadas para o que acontece em Nova York. Os torcedores estão ansiosos por respostas de vários desfechos. Como será o último ato de Serena Williams? Rafael Nadal aproveitará a ausência de Djokovic para faturar mais um Slam? Bia Haddad vai conseguir avançar às finais e fazer história para o tênis brasileiro?
A Nittenis te ajuda a ficar por dentro dos principais acontecimentos do evento, reunindo neste GUIA o que acontece de mais importante no torneio. Confira!
A multicampeã Serena Williams confirmou que este US Open será seu último torneio antes de se aposentar. No torneio de simples, ela enfrenta na primeira rodada Danka Kovinic, de Montenegro, na noite de segunda-feira às 20h. Mas não é só na chave simples que teremos o prazer de acompanhar os últimos movimentos de Serena em quadra.
Com 14 títulos de duplas em Grand Slams na bagagem, as irmãs Williams foram convidadas mais uma vez para disputar o US Open. Bicampeãs do torneio de Nova York, Serena e Williams voltam a jogar juntas pela primeira vez desde Roland Garros 2018.
A última vez que as irmãs conquistaram um título de duplas foi em Wimbledon 2016. Juntas, faturaram três medalhas de ouro olímpicas nas edições de Sydney 2000, Pequim 2008 e Londres 2012. Além disso, Serena e Venus são as mais recentes a deter todos os quatro grandes títulos de duplas ao mesmo tempo: em 2009, ganharam Wimbledon e US Open, e no ano seguinte levaram o Aberto da Austrália.
Venus também jogará simples, e estreia na terça-feira contra a belga Alison Van Uytvanck.
A decisão do sérvio Novak Djokovic em não se vacinar contra o novo coronavírus continua lhe trazendo prejuízos esportivos. Depois de ser impedido de jogar o Australian Open e torneios da gira norte-americana que antecedem o US Open, o ex-número 1 e atual finalista do slam nova-iorquino foi barrado da competição.
Uma norma governamental, determinada pelas autoridades sanitárias do país, obriga todo estrangeiro que embarque para os Estados Unidos a comprovar a vacinação completa para covid-19.
Sem competir desde a conquista do hexa em Wimbledon, sua próxima aparição está confirmada para a Laver Cup, duas semanas depois do US Open, em Londres. Em torneios oficiais, espera-se que ele entre em algum ATP 500 antes do Masters de Paris e do ATP Finals.
Após ficar de fora do sorteio das chaves, Djokovic agradeceu o apoio dos fãs nas redes sociais. “Infelizmente, não poderei viajar para NY desta vez para o US Open. Obrigado aos fãs por suas mensagens de amor e apoio. Boa sorte aos meus colegas jogadores! Vou me manter em boa forma, com espírito positivo e esperar uma oportunidade de competir novamente. Até breve, mundo do tênis!”, escreveu.
Stacey Allaster, diretora do torneio, também se manifestou: "Novak é um grande campeão e é uma pena que ele não possa competir no US Open de 2022, pois não pode entrar no país devido à política de vacinação do governo federal para cidadãos não americanos. Esperamos tê-lo de volta ao US Open em 2023".
Ferrenho defensor de Novak Djokovic e outro tenista que decidiu não se vacinar contra covid-19, o norte-americano Tennys Sandgren culpou diretamente a Associação Norte-americana (USTA), promotora do US Open, pela ausência do sérvio na edição deste ano.
Em entrevista ao diário francês L'Équipe, Sandgren declarou que a USTA não fez o suficiente para obter uma isenção das normais federais de saúde. "O tênis é um esporte individual por natureza, cada um defende seu interesse e, quando surgem polêmicas como esta, não se move um dedo. Talvez alguns estejam contentes com a ausência de Djokovic em Nova York, me parece muito triste como atuou todo mundo".
Ele acha que a entidade tem peso e influência para mudar esse quadro. "Um evento tão grande e poderoso poderia influenciar uma mudança na regulamentação e uma exceção para Djokovic", opina. "É muito triste que o US Open não tenha lutado por Djokovic".
Um ano atrás, o russo Daniil Medvedev conquistou seu primeiro título de Grand Slam ao vencer justamente Djokovic na final do US Open. Agora, ele chega para defender o título do torneio como número 1 do mundo, enquanto ‘Nole’ não poderá competir. O líder do ranking também lamentou sua ausência.
“Eu gostaria que ele jogasse aqui, vimos como foi em Wimbledon. Ele não jogou muitos torneios este ano, mas chegou lá e ganhou. É uma pena que não esteja aqui, seria uma ótima história para o tênis. Sinto que a rivalidade com Rafa (Nadal) está esquentando de certa forma: 22 a 21 é uma piada esse número de títulos. Mas é a regra do governo americano, então é completamente compreensível”, comentou Medvedev.
Um dos maiores críticos das regras adotadas pelo governo dos Estados Unidos, que ainda impede estrangeiros não vacinados de entrar no país, o norte-americano John McEnroe voltou a disparar sobre o assunto e lamentou a ausência de Djokovic na disputa do US Open deste ano.
“Acho uma estupidez não o deixarem jogar. É a coisa mais próxima de uma piada. Eu teria me vacinado no lugar dele, mas é preciso respeitar a sua forma de pensar. Estamos convivendo com a pandemia há dois anos e meio e que eles não permitirem que ele participe considero uma piada”, afirmou o ex-número 1 do mundo em entrevista para o Marca.
McEnroe acredita que o espanhol Rafael Nadal seja o grande beneficiado com a ausência do sérvio em alguns dos principais torneios da temporada. “Fica evidente que quando Djokovic não está presente, o grande beneficiado é Nadal. Ele conseguiu uma vitória milagrosa no Australian Open, quando o favorito era o sérvio por ter vencido lá nove vezes. É verdade que Djokovic é mais jovem e parece que seu corpo responde bem e além disso não tem lesões”, disse o norte-americano, salientando as vantagens de Nole na disputa pelo posto de melhor da história.
“Ele pode chegar a 25 títulos de Grand Slam, mas o aspecto mental deve ser somado à parte do tênis. Não é fácil treinar sem saber quando irá jogar de novo e qual o cronograma planejado. Ele levou quatro meses para recuperar a cabeça depois de tudo o que aconteceu com ele na Austrália em janeiro”, acrescentou McEnroe.
Com boas chances de voltar à liderança do ranking depois do US Open, Nadal é um dos três que dependem apenas de si mesmos para conseguir esse feito. Contudo, a lesão abdominal que o atrapalhou em Wimbledon, forçando a retirada nas semifinais, sem sequer entrar em quadra, ainda é uma preocupação para o canhoto de Mallorca.
“É uma lesão difícil porque é perigosa e arriscada. Você coloca muito esforço lá quando está sacando e precisa encontrar flexibilidade de novo, pois quando tem uma cicatriz a flexibilidade do músculo não é a mesma e por isso o risco da lesão voltar é maior. Espero estar pronto para a ação, essa é a única coisa que posso dizer”, afirmou o cabeça de chave número 2 em Nova York.
Nadal também falou sobre a ausência de Novak Djokovic e lamentou que o sérvio não tenha podido disputar a competição, mas deixou claro que a competição segue tão importante como sempre foi, uma vez que nenhum tenista é maior do que o US Open ou qualquer torneio deste porte.
“Repito o que disse muitas vezes: o esporte, de certa forma, é maior do que qualquer jogador. Perdi muitos eventos importantes na minha carreira no tênis por causa de lesões, sem dúvida. Ano passado eu não estava aqui. Há dois anos eu não estava aqui. O torneio continua, o mundo do tênis continua. Mesmo que não seja uma boa notícia para todos, o mundo continua”, observou El Toro Miúra.
“O tênis continuará depois de mim, depois de Novak, depois de Roger (Federer). Sem dúvida, Novak é um dos jogadores mais importantes dos últimos 20 anos, da história do nosso esporte. Pessoalmente, sinto pena dele por não poder viajar para cá. É sempre uma pena quando os melhores do mundo não podem jogar um torneio por causa de lesões ou por motivos diferentes”, disse Nadal, que irá estrear na terça-feira contra o convidado australiano Rinky Hijikata.
Em caso de título em Flushing Meadows, Daniil Medvedev, Rafael Nadal ou Carlos Alcaraz serão automaticamente o número 1, independente de qualquer outro resultado. Isso acontece porque Alcaraz terá de eliminar obrigatoriamente Nadal numa possível semi para tanto e Medvedev precisaria ganhar de Rafa ao menos na final.
Os outros dois postulantes, mesmo com o título, ainda dependem de Nadal. Mesmo vencedores do torneio, Stefanos Tsitsipas e Casper Ruud não poderão ter o canhoto espanhol como adversário na decisão.
A chance de Nadal reassumir a liderança, que ocupou pela última vez em janeiro de 2020, é muito grande. Ele começa com ampla vantagem, ao se retirarem os pontos da campanha do ano passado de todos os concorrentes, e obriga todos os outros a atingir pelo menos a final para terem chance de superá-lo. Nadal não disputou o US Open de 2021 e portanto começa com 5630 pontos. Esse total só pode ser alcançado com presença na final de Medvedev (faria então 6085), Tsitsipas (6000), Alcaraz (5940) ou Ruud (5850).
Beatriz Haddad Maia fará sua estreia no torneio já no primeiro dia de evento. Ela joga o segundo jogo da quadra 4, contra a croata Ana Konjuh. Logo na sequência, Thiago Monteiro atua na mesma quadra. Ele enfrentará o eslovaco Alex Molcan.
A brasileira faz sua segunda participação na chave principal do US Open, retornando à competição depois de cinco temporadas. Em 2017, ela havia sido eliminada na estreia. A número 1 do Brasil também busca uma inédita terceira rodada de Grand Slam em simples, acumulando seis vitórias em torneios deste porte na carreira profissional.
"Para mim, os torneios do Grand Slam são especiais. Todo tenista sempre sonha em disputar um e é o que move a gente desde pequenos, e o US Open não é diferente", disse a paulista, que está treinando em Nova York desde segunda-feira. Caso supere a estreia, ela pode enfrentar a canadense Bianca Andreescu, campeã de 2019, ou a francesa Harmony Tan. Já a também francesa Caroline Garcia, campeã de Cincinnati no domingo, pode ser a rival na terceira fase.
"Sei que é um torneio que não consegui desempenhar bem no passado. Nunca passei da primeira rodada aqui, então a minha expectativa é encarar cada jogo de uma forma muito humilde. Trabalhar muito duro e, independentemente de quadra e adversária, eu quero propor as coisas, ser corajosa e competidora, saber o momento que estou vivendo, assumir as minhas responsabilidades e trabalhar com muito capricho".
Bia também está confirmada na chave de duplas, e forma parceria com a cazaque Anna Danilina. Elas foram definidas cabeças de chave número 8 e abrirão campanha no torneio contra a parceria da sérvia Aleksandra Krunic com a polonesa Magda Linette.
Na segunda rodada, elas podem cruzar com as romenas Irina-Camelia Begu e Raluca Olaru ou com a parceria da espanhola Aliona Bolsova com a norueguesa Ulrikke Eikeri. A norte-americana Nicole Melichar e a neozelandesa Ellen Perez, cabeças de chave 10, têm tudo para serem as rivais nas oitavas.
Bia acredita que é possível estar entre as 20 melhores do mundo nos dois rankings. Atualmente, ela é a número 15 do mundo em simples e 24ª colocada entre as duplistas.
"A gente sabe que tem jogadora que consegue ficar dentro do top 20 nas duas disciplinas e isso é um dos meus objetivos", disse Bia, que tenta seguir os passos de jogadoras como Coco Gauff, Jessica Pegula, Barbora Krejcikova, Elise Mertens e Jelena Ostapenko, que conseguem ter bons resultados regularmente nos dois circuitos durante a atual temporada.
Thiago Monteiro está pronto para a sua estreia no US Open. O cearense enfrentará o eslovaco Alex Molcan, atual número 40 do mundo, no meio da tarde desta segunda-feira. Esta é sua quinta participação na chave principal do Grand Slam norte-americano e ele ainda busca sua primeira vitória.
"Nós nos enfrentamos há muito tempo. O Molcan, desde o ano passado, vem fazendo grandes campanhas e sendo muito consistente no circuito. Ele já está firmado entre os 40, 50 melhores do mundo. É um cara bem sólido, firme e que gosta de jogar nas quadras duras", analisou o brasileiro, que figura na 67ª posição do ranking.
"Ao mesmo tempo, acho que é uma boa estreia para mim. Venho me sentindo bem e é um tipo de jogo que pode me favorecer. Ele não é um cara tão agressivo, mas sim mais consistente, que corre bastante e defende muito bem. Mas ele também deixa você jogar. Se eu me sentir confortável e conseguir entrar bem no jogo, acredito que tenho boas chances. Agora é aproveitar esses dias para me adaptar bem", finalizou Thiago, confiante para a estreia.
Além da participação na chave de simples, o canhoto também se inscreveu nas duplas. Ao lado do alemão Daniel Altmaier, Monteiro é o terceiro 'alternate' e aguarda uma chance de entrar na chave.
Foto: Reprodução Twitter/ATP