Kerber vence Serena e fatura título inédito de Wimbledon

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Por Raphael Favilla  •  15 de Julho de 2018

Na final entre duas ex-líderes do ranking mundial, Angelique Kerber levou a melhor sobre Serena Williams neste sábado em Londres. A tenista alemã venceu a norte-americana por 2 sets a 0, com duplo 6/3, em apenas 65 minutos, e conquistou pela primeira vez em sua carreira o título do torneio de Wimbledon.

A jogadora alemã havia sido vice-campeã na capital inglesa em 2016, quando perdeu justamente para Serena na decisão, mas agora superou a atual 181ª colocada do ranking até com certa facilidade para ganhar o terceiro Grand Slam de sua carreira.

Depois de viver o melhor ano da carreira em 2016, quando venceu dois títulos de Slam e liderou o ranking mundial, a alemã não repetiu o desempenho no passado e o terminou apenas no 21º lugar na WTA. Para Kerber, a experiência adquirida em um ano aquém de suas expectativas foi fundamental para a volta ao caminho das vitórias.

"Sem 2017, eu não poderia vencer este torneio", disse Kerber após a vitória por duplo 6/3 sobre Serena Williams na final disputada neste sábado. "Acho que aprendi muito no ano passado, com toda a expectativa e todas as coisas pelas quais eu passei. Eu aprendi muito coisas sobre mim mesma, sobre as coisas ao redor e como lidar com isso".

"Você tem que passar por todas essas experiências, boas e ruins, para aprender. Se você fizer isso uma, duas, três vezes, você fica melhor", explica a jogadora de 30 anos. "Depois de 2017, acho que ninguém esperava que eu voltasse tão forte em 2018 e conquistasse meu terceiro Grand Slam em Wimbledon, que sempre foi meu sonho. Acho que há duas semanas ninguém esperava que eu pudesse chegar tão longe".

Já Serena, aos 36 anos de idade, fez neste sábado a sua primeira final no circuito profissional apenas dez meses depois de dar à luz ao seu primeiro filho. O parto, complicado, foi seguido de outras cirurgias, em razão de uma embolia pulmonar, que colocou em risco até mesmo a vida da tenista.

Apesar de hoje ocupar apenas a 181ª posição da WTA, a norte-americana foi confirmada como 25ª cabeça de chave de Wimbledon por ser beneficiada pelo sistema de definição das pré-classificadas do torneio inglês, que leva em conta o histórico do atleta na competição e o desempenho em torneios realizados em quadras de grama. Algo único deste tradicional Grand Slam.

Sete vezes campeã de Wimbledon, Serena defendia uma invencibilidade de 20 jogos na grama londrina, pois não jogou a competição em 2017 depois de ter levado a taça anteriormente em 2015 e 2016. Se fosse campeã neste sábado, ela ergueria o oitavo troféu deste Grand Slam e ficaria a apenas um título de alcançar o recorde da checa naturalizada norte-americana Martina Navratilova.

"Acho que essas duas semanas realmente me mostraram que eu posso competir. Posso ser competitiva durante o longo caminho de um Grand Slam e posso ser um candidata a vencer Grand Slam", disse Serena após a derrota.

"Eu sempre entro em um torneio apenas pensando em fazer o meu melhor. Neste torneio em particular, eu entrei apenas querendo ganhar algumas partidas. Eu fui ganhando e isso continuou acontecendo. Foi uma pequena surpresa para mim e também foi super encorajador saber que posso competir e me sair bem", acrescenta a ex-líder do ranking.

Para completar, um título deste sábado lhe asseguraria uma outra marca histórica ainda mais importante. A norte-americana se igualaria à australiana Margaret Court, com 24 troféus de simples de Grand Slam. Assim, ela ficaria a apenas mais um título para atingir o recorde absoluto de Grand Slams no currículo.

O jogo

Apesar do todo o histórico vencedor de Serena, Kerber não se intimidou com o fato de estar encarando uma lendária tenista novamente na final. A alemã foi dominante desde o início e já no primeiro set aproveitou três de cinco chances de quebrar o saque da adversária, que converteu um único break point conseguido nesta parcial, para aplicar 6/3 e abrir vantagem.

No segundo set, Kerber foi ainda mais soberana ao confirmar todos os seus serviços sem oferecer nenhuma chance de quebra e ainda foi feliz em uma de duas oportunidades de ganhar games no saque da norte-americana para repetir o 6/3 que liquidou o jogo.

Serena exibiu mais agressividade do que Kerber no fundo de quadra ao disparar 23 winners, contra apenas 11 da alemã, mas também cometeu muito mais erros não forçados (24 a 5). E isso acabou pesando para o resultado final do confronto.

Essa foi apenas a segunda vitória de Kerber em sete duelos com Serena, mas a alemã já havia derrotado a adversária anteriormente também na decisão do Aberto da Austrália de 2016, ano em que a norte-americana daria o troco na rival na final de Wimbledon.

Kerber é segunda a vencer duas finais contra Serena

A vitória de Angelique Kerber por duplo 6/3 sobre Serena Williams na final de Wimbledon fez com que a ela conseguisse uma rara façanha na história dos Grand Slam. A canhota alemã tornou-se a segunda mulher a vencer duas finais de Slam diante de Serena.

Kerber já havia levado a melhor contra a norte-americana no Australian Open de 2016. Ela também havia sido superada por Serena na decisão de Wimbledon há dois anos. Aos 30 anos, a alemã conquistou seu terceiro Grand Slam, já que venceu o US Open de 2016 ao derrotar a tcheca Karolina Pliskova na final.

Até então, a única jogadora a derrotar Serena em duas finais de Grand Slam diferentes era Venus Williams. A irmã mais velha da família levou a melhor nas decisões do US Open de 2001 e em Wimbledon em 2008.

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