Tudo apontava para uma vitória tranquila da favorita dupla brasileira formada por Marcelo Melo e Bruno Soares. O primeiro set seguiu esta lógica, com os mineiros fechando a parcial rapidamente. Mas a facilidade acabou por aí, e o inesperado entrou em cena. Ruben Bemelmans e Joris De Loore, números 207 e 462 do mundo respectivamente, surpreenderam os brasileiros e fecharam o duelo em parciais de 3/6, 7/6 (7-5), 4/6, 6/4 e 6/4, após 3h22 de partida. O resultado selou a derrota por 3 a 0 diante da Bélgica na repescagem do Grupo Mundial. Agora, o Brasil voltará a disputar o Zonal Americano.

- Foi complicado, começamos impondo o ritmo e depois eles começaram a sacar muito bem. O tie-break no segundo set mudou muito a dinâmica do jogo, deu muita confiança para eles. E eles voltaram a sacar bem no quarto set e aquilo complicou para a gente. Mérito deles. Jogaram melhor do que a gente. Eles arriscaram, foram felizes e nós fomos surpreendidos. Playoff é sempre difícil. Pegamos a Bélgica e eles jogam bem em casa. Temos que seguir trabalhando e correr atrás do prejuízo - disse Bruno ao final do confronto.

No piso sintético coberto escolhido pelos belgas, o Brasil sai sem qualquer vitória. Na sexta-feira, David Goffin confirmou favoritismo sobre Thiago Monteiro com vitória rápida em três sets e em seguida Steve Darcis superou a derrota no primeiro set para reagir e ganhar de Thomaz Bellucci.

A rodada deste domingo não exige mais a presença dos titulares previamente escalados e assim os capitães poderão colocar em quadra quaisquer de seus reservas para os jogos em melhor de três sets. O Brasil permanece mais um ano no zonal americano e aguarda o sorteio da próxima semana em Londres para conhecer adversários de 2017.

Esta foi apenas a terceira derrota de Melo e Soares atuando lado a lado em 13 duelos da Copa Davis. Eles chegaram a vencer oito jogos seguidos entre 2011 e 2015 até a queda para a dupla croata no saibro de Florianópolis no ano passado. Para reforçar a surpresa, Soares acaba de conquistar o US Open em piso um tanto semelhante.

Os mineiros largaram com 3/0 rapidamente e só perderam um ponto nesses games, que seria o único em todo o tranquilo set inicial em que De Loore demonstrava nervosismo. Mas aos poucos a dupla belga se soltou e ficou mais sólida no saque. Melo evitou duas chances de quebra em seus primeiros games de serviço na parcial, enquanto Soares levantou um 0-30 quando o Brasil perdia por 5/4. Os sacadores prevaleceram no tiebreak até que Bemelmans aplicou um lob em Melo e conseguiu um importante minibreak.

O terceiro set continuou equilibrado. Em 40 minutos, os mineiros aproveitaram o único break point no último game após uma boa devolução de Melo sobre o canhoto Bemelmans. Mas aí os brasileiros perderam intensidade por um instante e foi o bastante para que Soares começasse o quarto set perdendo o saque. Os dois times tiveram chances não concretizadas. Melo evitou a quebra no sexto game, enquanto os belgas se salvaram duas vezes seguidas. Por fim, De Loore saiu de 0-30 e levou a um inesperado quinto set.

Os belgas ficaram então perigosos. E logo no começo conseguiram colocar ótimas devoluções baixas para tirar outro saque de Melo e permanecer à frente do placar, mesmo sustentando games tensos. A maior virtude foi a capacidade de alternar velocidade, efeito e direção dos saques.