Miami é de Barty

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Por Raphael Favilla  •  31 de Março de 2019

A final feminina do Miami Open aconteceu na tarde deste sábado no Hard Rock Stadium, quadra principal do torneio americano. Disputando o título do segundo Premier Mandatory do ano, Karolina Pliskova e Ashleigh Barty se enfrentaram naquela que foi a final perfeita para a australiana, que venceu por 7/6(1) e 6/3 em 1h39 de confronto.

Pliskova havia vencido dois dos quatro encontro que teve com Ash, ambos em sets diretos. As vitórias da Barty haviam sido sempre de virada. Para o encontro na final do Miami Open, ambas vinham de ótimas vitórias: Pliskova venceu Halep em sets diretos e Barty conquistou a primeira vitória em cinco encontros em cima de Kvitova.

Nos 99 minutos que ficou em quadra, Barty mostrou grande habilidade em todas as bolas. Sua arma principal, o slice, esteve melhor que nunca e além disso a australiana deu show na construção de pontos, na leitura total do jogo e em um aspecto dominante da tcheca: o serviço.

A primeira parcial foi de longe a mais equilibrada. Pliskova chegou a ter vantagem de 3/1, mas não soube cuidar bem e acabou sofrendo o empate. A partida seguiu em rumo tranquilo, sem break points até o tiebreak. No game desempate, Barty jogou com perfeição: perdeu apenas um ponto, e no serviço da tcheca.

O set teve 52 minutos de duração, contou apenas com três break point e duas quebras de serviço (games três e seis). Dos 80 pontos disputados, Barty ficou com 43 (54%). A australiana disparou 19 winners e cometeu o mesmo número de erros não-forçados, já Pliskova ficou com apenas oito winners e estrondosos 17 erros não-forçados. No serviço, característica principal do jogo da tcheca, Barty dominou: seis aces contra dois de Pliskova. Barty cometeu duas dupla faltas, e Karolina fechou com uma.

Na segunda parcial, Pliskova voltou com cansaço físico e mental. A tcheca jogou mal, demorou em seus games de serviço, parou de correr atrás da bola, passou a sofrer com aces da adversária, cometeu ainda mais erros e em momento algum pareceu à vontade em quadra. O primeiro game, o de destaque, durou exatos 12 minutos - Barty conseguiu a quebra apenas no quinto break point que teve a seu favor. A tcheca serviu para manter-se viva na partida, mas foi quebrada de 40-0.

Em 1h39 de jogo, foram disputados 150 pontos, 84 (56%) deles ficaram com a australiana que disparou 41 winners para apenas 22 erros não-forçados; Pliskova, que venceu 44% dos pontos, totalizou 22 winners e 30 erros não-forçados.

No serviço, o grande choque: Barty venceu 86% dos pontos com o primeiro, 50% com o segundo, disparou enormes 15 aces e cometeu duas dupla faltas; Pliskova venceu 65% dos pontos com o primeiro serviço, 43% com o segundo, disparou seis aces e cometeu duas dupla faltas.

Pliskova, a jogadora mais consistente da temporada 2019 chegou ao menos nas quartas de final de todos os torneios que participou, mas venceu apenas um título até então - em Brisbane - o que talvez mostre que a parceria com Conchita Martinez (que entrou em quadra em inúmeras ocasiões na partida contra Barty sem oferecer grandes soluções), talvez não esteja indo como o esperado.

A tcheca agora tem em frente a temporada que menos gosta: terra batida. Seu calendário para a época começa com o WTA de Charleston, que arranca já na próxima semana.

Ash Barty vive o melhor momento da carreira. Conquistou o maior título da careira de simples no WTA Premier Mandatory de Miami e estreia já como número nove do mundo na próxima atualização do ranking. A coincidência? Barty também é número nove do mundo no ranking de duplas, onde, até então, não ter parceira fixa.


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