Pickleball não para de crescer e incomoda tenistas

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Por Raphael Favilla  •  20 de Outubro de 2023

O Pickleball parece que veio para ficar. Uma das modalidades que mais cresce nos Estados Unidos, o esporte que reúne aspectos do tênis, tênis de mesa e badminton, é jogado em uma quadra semelhante a uma quadra de badminton e envolve uma raquete e uma pequena bola de plástico perfurada, conquista cada vez mais adeptos.

De acordo com a Associação da Indústria de Esportes e Fitness dos Estados Unidos, houve um salto de 4,8 milhões de jogadores em 2019 para 8,9 milhões no país, em 2022. Trata-se do esporte de maior crescimento por lá hoje.

Hoje, 37 países fazem parte da Federação Internacional de Pickleball, o que é mais que o dobro dos anos anteriores. O Brasil é um deles. A Associação Brasileira de Pickleball fica em Governador Valadares. Segundo a ABP, são cerca de 2000 adeptos por aqui, mas a aposta é de que o esporte tem tudo para virar febre – assim como se deu com o beach tennis.

E tem mais. Segundo o mais recente Heart and Movement Study da Apple, que compila dados gravados em Apple Watches, os treinos de pickleball ultrapassaram as sessões de tênis pela primeira vez. Além disso, o estudo, que acompanhou mais de 250 mil treinos não só de pickleball, mas também de outros esportes, apontou em sua amostra que os treinos de pickelball tendiam a durar em média 9 minutos a mais do que os de tênis, totalizando 90 minutos.

Os pesquisadores da Apple viram que a popularidade do pickelball ultrapassou os treinos de tênis em julho de 2023, apontando crescimento continuamente desde o início do estudo, em 2021. "A pesquisa é um componente vital para o nosso trabalho em saúde na Apple, e é importante ver a ciência por trás dos benefícios físicos e mentais de atividades como pickleball e tênis em usuários do Apple Watch", contou Dr. Sumbul Desai, vice-presidente de saúde da Apple.

Praticado em uma quadra parecida com a de tênis, a atividade tem causado controvérsias em solo norte-americano, uma delas por conta de seu ruído peculiar. A pequena bola de plástico perfurada com a qual o esporte é jogado tem incomodado muita gente com disputas indo parar na justiça, visando a limitar a prática esportiva e impedir a construção de novas quadras.

Além disso, o aumento no número de praticantes levou à conversão de algumas quadras públicas de tênis em quadras de pickleball, o que gerou descontentamento entre os tenistas. Organizações ligadas ao tênis estão colaborando com parques e departamentos recreativos para encontrar soluções que permitam a coexistência pacífica de ambos os esportes.

Entre os entusiastas do pickleball, famosos como as irmãs Kardashians, Leonardo DiCaprio, Tom Brady, Serena Williams, LeBron James ajudam a popularizar o esporte. A modelo Gisele Bündchen, outra fã, tem uma quadra de pickleball em sua casa de veraneio, na Costa Rica.

Mas a modalidade tem atraído também a atenção de diversos tenistas e ex-tenistas profissionais. Várias estrelas, incluindo Andre Agassi, John McEnroe, Maria Sharapova e Steffi Graf, já experimentaram esse esporte e até participaram de exibições. O campo profissional do pickleball está em crescimento, com investimentos significativos na liga da modalidade.

Até mesmo ex-número 1 do mundo, a belga Kim Clijsters, decidiu investir no pickleball. Ela e um grupo de investidores adquiriram uma equipe de expansão na Major League Pickleball, que teve seu início em 2021. Além disso, a canadense Eugenie Bouchard planeja entrar no circuito de pickleball a partir do próximo ano, juntando-se a nomes como o norte-americano Noah Rubin, que conquistou o título juvenil de Wimbledon em 2014.

Foto: Associação Brasileira de Pickleball

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