Zverev fecha confronto contra Brasil

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Por Raphael Favilla  •  05 de Março de 2022

Thiago Monteiro lutou até o fim mas não conseguiu resistir aos duros golpes do favorito e número 3 do mundo, Alexander Zverev. O alemão confirmou o favoritismo para cima do cearense após 1h38 de confronto, com parciais de 6/1 e 7/5, garantindo assim o terceiro ponto no confronto contra o Brasil e a Alemanha nas finais do torneio.

Agora, os alemães jogarão o Grupo Mundial, que acontece em setembro. Já o Brasil vai disputar o Grupo Mundial I, para tentar voltar ao quali na próxima temporada. A delegação brasileira não avança de fase há 21 anos.

A última vez que o Brasil passou da primeira fase do grupo mundial da Copa Davis foi em 2001, quando chegou às quartas de final. O melhor resultado brasileiro, desde que o grupo mundial foi instituído em 81, é uma semifinal em 1992 e 2000 (veja ao final da matéria a história do Brasil na Davis).

Diferente do que foi na estreia contra Wild, Alexander Zverev começou a partida diante de Thiago Monteiro muito mais agressivo nos pontos. Subindo mais à rede, o alemão conseguiu uma quebra logo no terceiro game e abriu 4/1.

Pressionado, Thiago tentava forçar erros do alemão, mas esbarrou em ótima atuação de 'Sasha', alternando devoluções, trocando de direção e tirando o brasileiro da zona de conforto. Com mais uma quebra, o germânico garantiu a vitória por 6/1 na primeira etapa.

Após vencer apenas 45% com o saque na parcial inicial, o canhoto cearense teve desempenho muito melhor na segunda, conseguindo assim igualar mais as coisas dentro de quadra. Monteiro faturou 66% dos pontos e deu mais trabalho ao número 3 do mundo.

Zverev passou a ter mais dificuldades no primeiro saque, Monteiro alongou as trocas e passou a dificultar os games, mas sem a chance de quebra. Com o jogo mais apertado, o público tentou desestabilizar o atleta rival. Foi aí que a torcida brasileira iniciou as provocações, gritando "Ah é Acapulco" durante boa parte da segunda parcial, para lembrar ao alemão a exclusão do ATP 500 mexicano depois de dar raquetadas na cadeira do árbitro.

Com os sacadores prevalecendo, os break-points só vieram na reta final. Zverev salvou um set-point servindo em 4/5 e logo em seguida teve duas chances de quebra para o seu lado. Monteiro até salvou a primeira, mas mesmo com a torcida empurrando bastante ele perdeu a segunda. O alemão então abriu 6/5 e não falhou ao sacar para o jogo.

Um ídolo controverso

Principal estrela desta edição do torneio de seleções, o alemão chegou ao Rio de Janeiro sendo visto como um tenista tão talentoso quanto polêmico. A mais recente vez em que os olhares estiveram nas suas atitudes e não no seu tênis foi no ATP 500 de Acapulco, onde foi expulso por dar raquetadas na cadeira do árbitro após uma derrota nas duplas.

Desde 2020, Zverev é acusado de violência física e psicológica feita pela ex-namorada Olga Sharypova, ex-tenista e modelo. Segundo Olga, o tenista chegou a agredi-la com um soco após uma discussão no quarto de hotel, em 2019, durante a disputa da Laver Cup.

Mesmo com 24 anos, o alemão já coleciona feitos relevantes dentro de quadra. Ao todo, soma cinco títulos de Masters 1000 e um do ATP Finals, o que o levaram para o número 3 do ranking mundial. Além disso, conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021. Falta, porém, um título de Grand Slam, sendo a sua melhor campanha no US Open de 2020, onde foi vice-campeão.

Brasil na Davis

Fez sua estreia em 1932, com Ricardo Pernambuco, Ivo Simons, Nélson Cruz, Inácio Nogueira, Humberto Costa e Roberto Whately, desclassificados na final da Zona Americana pelos Estados Unidos.

Em 1935, consegue sua primeira vitória, sobre a Seleção Uruguaia.

Até 1966, os brasileiros não conseguiram nenhuma vitória expressiva. A partir desse ano, o Brasil passa ser mais respeitado internacionalmente. Thomaz Koch e José Edison Mandarino levam o Brasil às finais do interzonal da Copa Davis de 1966 contra a Índia, mas perde em Calcutá.

O mesmo acontece na Copa Davis de 1971, quando o Brasil deixou de disputar a final contra os Estados Unidos ao perder para a Romênia. Individualmente Thomaz Koch é o brasileiro que mais se destacou, sendo o sétimo jogador em número de vitórias em toda a história da competição.

Desde que o Grupo Mundial foi instituído, em 1981, o Brasil disputou 25 confrontos e ganhou nove, oito deles em casa, sendo três pela rodada de repescagem. A única vitória fora veio contra a Espanha, em 1999.

Os melhores resultados foram as semifinais alcançadas em 1992 e 2000. Em 1992, liderado por Luiz Mattar e Jaime Oncins, chegou a semifinal após vencer sete confrontos seguidos - sua mais expressiva série de vitórias - incluindo a Alemanha de Boris Becker e a Itália - no Rio de Janeiro e em Maceió. Foi derrotado pela Suíça em Genebra.

Em 2000, com Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni como os principais jogadores, voltou a semifinal, onde foi derrotado para a Austrália.

Entre 1997 e 2003, o Brasil foi presença marcante no Grupo Mundial da Davis, por conta do protagonismo de Guga. Depois da aposentadoria do melhor tenista da história do país, o time brasileiro oscilou e só voltou ao Grupo Mundial em 2013.


Foto de capa: Marcelo Zambrana ITF


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