Por Haroldo Zwetsch
A transição da categoria juvenil para a profissional é um tema muito discutido e que gera muitas dúvidas entre os tenistas e suas famílias.
Por que o Brasil tem tanta dificuldade em fazer a transição de seus atletas para a categoria profissional e por que temos tão poucos atletas competindo em nível Future?
A transição deve ser a continuação do processo de formação do tenista, e é o momento em que se faz “a primeira avaliação” do trabalho desenvolvido dos 7 aos 17 anos.
É aqui que começamos a entender se o atleta chegou bem preparado - com armas bem definidas, padrões táticos estabelecidos e, sobretudo, forte mentalmente - e se tudo o que foi realizado ao longo dos anos será suficiente para encarar uma nova jornada de pelo menos mais 10 anos.
Isso mesmo - mais 10 anos!
Se você pensa que o atleta, ao chegar aos 18 anos, se transforma em um profissional de sucesso e já passa a conquistar ótimos resultados, está enganado!
Dados da ITF (International Tennis Federation) mostram que, para entrar no Top 100 do ranking mundial, são necessários, em média, cinco anos após a transição da categoria juvenil para a profissional, ou seja, aos 23 anos.
Atualmente, a média de idade dos jogadores top 100 é de 27 anos. É claro que um trabalho bem feito, em conjunto com o jogador e a família, pode gerar frutos mais cedo, mas essa é uma situação de exceção.
A transição é uma fase muito crítica por envolver inúmeros fatores externos; na minha visão, mais numerosos e determinantes do que na fase anterior.
Um dos fatores que mais pesa é o tamanho do investimento e a incerteza de retorno a longo prazo. Frequentemente, a pressão social e familiar de “trabalhar, ganhar dinheiro, criar uma carreira” amplifica demais todos as emoções e sentimentos. O posicionamento dos pais frente ao alto investimento financeiro, de tempo e de toda família em prol do “incerto” sucesso do filho é determinante neste momento.
Nos próximos artigos, abordarei de forma mais detalhada alguns passos e etapas da transição, incluindo a estrutura de trabalho, calendários, viagens e, principalmente, o aspecto mental do jogador e do técnico.
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