O último dia dos Jogos Pan-Americanos reservou mais uma conquista para o tênis de mesa brasileiro. O time masculino, atual hexacampeão pan-americano da modalidade, confirmou o favoritismo e faturou a medalha de ouro do torneio de equipes, ao vencer o Canadá por 3 a 1 na decisão. Foi a última medalha de ouro do Time Brasil no Pan de Santiago, que marcou a melhor campanha brasileira em todos os tempos.

O tênis de mesa brasileiro volta ao topo após ter perdido em Lima 2019, eliminado pelos Estados Unidos na semifinal. Este foi o oitavo título masculino de equipes em dez disputados nos Jogos Pan-Americanos – o Brasil nunca ficou fora do pódio desde 1983. Em Santiago, foram sete medalhas: dois ouros (individual masculino – Hugo Calderano e equipes masculinas), quatro pratas (individual – feminino, duplas femininas, duplas masculinas e duplas mistas) e um bronze (equipes femininas). O Brasil foi campeão geral no tênis de mesa, com Cuba em segundo (dois medalhas de ouro e uma de prata) e Estados Unidos em terceiro (dois ouros e dois bronzes).

Além disso, a modalidade passa a ter algumas marcas importantes após estes Jogos. O nosso tênis de mesa marcou presença no pódio de todos os torneios do Pan. Hugo Calderano somou oito medalhas e só está atrás de Hugo Hoyama (15) e Claudio Kano (12) em número total nos Jogos. Bruna Takahashi está a duas medalhas de alcançar o recorde feminino do Brasil, das ginastas Flávia Saraiva e Daniele Hypólito e da nadadora Larissa Oliveira, todas com dez.

Time passa bem pelo Canadá

Na decisão do Pan, os meninos tiveram um desempenho muito bom. Começando pelas duplas, onde Vitor Ishiy e Eric Jouti só tiveram maior dificuldade no primeiro set diante de Simeón Martin e Eugene Wang. Depois, dominaram a mesa e conquistaram a vitória em sets diretos (11/9, 11/5 e 11/6).

No início do segundo jogo, a maior surpresa da disputa de equipes. Favoritíssimo, Hugo Calderano foi surpreendido no primeiro set pelo estilo agressivo de Edward Ly. Pior para o canadense! Não se brinca com o número 4 do mundo, o tricampeão dos Jogos. Ele atropelou na segunda parcial, sem deixar o adversário sequer marcar um pontinho. E continuou dominando o jogo, até fechar em 3 a 1 (10/12, 11/0, 11/5 e 11/4).

Eric Jouti acabou não se saindo bem contra o experiente Eugene Wang. O canadense foi melhor nos momentos decisivos das parciais e venceu por 3 a 0 (9/11, 8/11 e 10/12). Com isso, Calderano teve a missão de conquistar o ponto decisivo contra Simeón Martin. Missão dada, missão cumprida, com brilhantismo: 3 a 0 no placar (11/6, 11/9 e 11/7) e medalha de ouro no peito.

Após o jogo, em entrevista ao Canal Olímpico do Brasil, Hugo Calderano fez questão de ressaltar o trabalho feito pelos companheiros: “Essa dupla foi muito importante. Eles já entraram muito bem desde o início. A gente sabia que poderia ser um ponto chave e eles fizeram muito bem. Depois, consegui fazer muito bem o meu trabalhos, os meus pontos. Acho que toda a equipe está de parabéns e estamos felizes com o ouro”.

Eric Jouti também se mostrava muito contente com a conquista. Foi o primeiro ouro dele em Jogos Pan-Americanos: “É bem difícil jogar um torneio como este, todo mundo querendo vencer, todo mundo querendo ganhar. E numa final ainda, todo mundo assistindo. Eu e Vitor conseguimos nos sair bem, ganhamos por 3 a 0. Tenho plena confiança nesta dupla. E a gente tem o Hugo, fica mais confortável ainda”.

Por fim, Vitor Ishiy, peça fundamental na vitória da semifinal, contra a Argentina. Ele sai de seu primeiro Pan com três finais disputadas e uma medalha dourada. Uma bela estreia na competição: “Não tem forma melhor de terminar o campeonato. Nas duas primeiras finais, deixei escapar o ouro, mas terminar com o título, ao lado deles, é muito especial. Jogamos juntos desde as categorias de base. É excelente ter o nosso líder aqui. A gente sabe da nossa responsabilidade, temos que brigar sempre para fazer um ponto”.

Porta-bandeira

Hugo Calderano foi confirmado como um dos porta-bandeiras do Time Brasil na cerimônia de encerramento dos Jogos Pan-Americanos, ao lado da ginasta Nicole Pircio. Esta é a segunda vez que o tênis de mesa brasileiro recebe esta honraria na História da competição. A primeira foi com Hugo Hoyama, na abertura dos Jogos de Guadalajara, em 2011. Naquela ocasião, ele se despedia da competição com o recorde de medalhas conquistadas até então: 15 ao todo.

Fonte: CBTM

Foto: Miriam Jeske/COB @miriamjeske_