Brasileiros fazem história no tênis de mesa paralímpico

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Por Raphael Favilla  •  13 de Setembro de 2016

Histórica! É dessa forma que se pode caracterizar a conquista dos mesa-tenistas brasileiros nesta edição do Jogos Paralímpicos Rio 2106. Um dia depois da prata inédita de Israel Stroh, a atleta Bruna Alexandre, número 3 do mundo na Classe 10, faturou a medalha de bronze e se tornou a primeira mulher na história do tênis de mesa a subir no pódio tanto em Jogos Paralímpicos quanto em Jogos Olímpicos.

Bruninha, como é chamada, conseguiu a terceira colocação ao bater a dinamarquesa Sophie Walloe (5ª colocada no ranking mundial da Classe 10) por 3 sets a 0. A mesa-tenista se impôs desde o início da partida e não permitiu que a sua adversária tomasse a frente no confronto. Bruna venceu com parciais de 11/2, 13/11 e 11/8. A medalha de ouro da Classe 10 ficou com a polonesa Natalia Partyka, tetracampeã paralímpica.

Após a partida, Bruna lembrou a evolução que teve no último ciclo paralímpico. Em Londres/2012, ela nem sequer conseguiu passar da primeira fase, ficando na terceira colocação no grupo.

"Bati na trave em Londres (para classificar). Esses últimos quatro anos foram muito bons para mim. Consegui melhorar muito. Falta melhorar o físico, emagrecer mais, mas acho que já foi um grande ponto melhorar a cabeça. Estar focada do começo ao fim", afirmou a brasileira que ainda recordou um momento importante na briga pelo bronze:

"Foi no segundo set, estava 8/6 para ela. Eu percebi que estava fora da 'casinha'. Pensei que tinha de me concentrar novamente e buscar o set. Foi no 10/10, depois 11/10 para mim e pedi tempo. O atleta sente que precisa de tempo. Senti que estava pressionada. Eu pensava em abrir 2 sets a 0... Isso faria o jogo ser mais seguro".

Por outro lado, Bruna admitiu que se surpreendeu com Sophie Walloe e admitiu que a adversária da noite mudou muita coisa na forma de jogar desde o último encontro entre elas.

"No começo, ela estava com medo. Depois, melhorou e até me surpreendeu. Eu já tinha jogado com ela três vezes e ela nunca tinha feito essas coisas. Ela sacou mais curto e eu tive de jogar de uma forma mais lenta, que não acontecia contra ela. Há cinco meses, era um jogo mais rápido. Tive de mudar um pouco algumas jogadas e acabou dando certo", finalizou.

O caminho de feitos inéditos havia sido aberto na segunda por Israel Stroh.  Ele foi o primeiro atleta brasileiro da modalidade a subir no pódio em uma disputa individual. Disputando a final da Classe 7 contra o britânico William Bayley, atual número 1 do mundo, fez uma partida equilibrada, mas acabou perdendo por 3 sets a 1 (11/9; 5/11; 11/9 e 11/4), ficando com a medalha de prata.

Apesar do resultado, Israel era só sorrisos após a partida. Ele admitiu que alguns erros cometidos durante o confronto pesaram na luta pelo ouro, mas garantiu que a medalha de prata tem um sabor muito especial.

"Eu não acho que tenha sido uma das melhores finais, também não foi das piores. O que faltou foi aproveitar as oportunidades. No quarto set, acho que senti a perda de terceiro. Mas foi uma satisfação enorme. Será uma competição que vai ficar marcada para sempre na memória. Essa medalha tem gosto de ouro porque não tem medalha mais forte que o ouro. Se tivesse, teria o sabor dessa. Foi uma sensação muito boa! Eu não era favorito, a gente veio surpreendendo rodada a rodada. Foi muito difícil! Se ganhar o ouro em Tóquio, acho que não será a mesma coisa. Jogamos em casa, com a energia da torcida. Então, foi melhor que ouro", disse.

Para chegar à final, Israel teve uma campanha primorosa, tendo vencido o próprio Bayley na estreia da fase de grupos e, posteriormente, os números três (Mykhaylo Popov), dois (Maksym Nikolenko) e cinco do mundo (Shuo Yan), nas oitavas, quartas e semifinal, respectivamente.

 

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