Depois de façanha improvável, professor de tênis cai no quali em Campinas

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Por Raphael Favilla  •  02 de Outubro de 2023

Chegou ao fim o conto de fadas de Jefferson Wendler Filho, professor de tênis que, aos 28 anos, somou no quali de Campinas os primeiros pontos no ranking da ATP da carreira.

Nesta segunda, Wendler foi superado na segunda rodada pelo compatriota José Pereira, 615 do mundo, por 6/4 e 6/1. Mas o feito protagonizado pelo paulista natural de Barueri já entrou para a história.

Jefferson ganhou o convite da organização para participar da classificatória em Campinas depois ter vencido um pré-quali organizado pela Federação Paulista. Até então, ele tinha apenas uma partida de torneio Future (série menor de torneios profissionais), disputada neste ano, em São Paulo.

No último domingo, contra o catarinense Pedro Boscardin Dias, 421º do mundo e uma das promessas do tênis nacional, Wendler levou um pneu no primeiro set (6/0) e perdia o segundo por 5/2, mas quebrou duas vezes o serviço do adversário, virou para 7/5 e ganhou o terceiro 6/2 para fechar o jogo em duas horas e avançar. 

Extasiado com o roteiro improvável, Jefferson ficou quase 20 minutos comemorando o resultado na quadra 3 da Sociedade Hípica de Campinas, beijou o saibro e virou a principal atração dos fãs. Ele agora vai aparecer no ranking da ATP pela primeira vez na próxima atualização, em 9 de outubro, além de ter embolsado US$ 635 (mais de R$ 3.200 na cotação atual).

"Até agora, não tenho palavras para descrever o que acabo de fazer. Ontem eu estava dando aula para condomínios e hoje acabo de derrotar o 400º do mundo. É incrível. No tênis, existem muitas pessoas que falam o que você não pode fazer. Mas se você tem um sonho, vá atrás, batalhe, dê um jeito. Tive a oportunidade de jogar um dos maiores eventos do mundo e sigo acreditando em mim. Quem pode me provar o contrário? Era meu sonho conquistar um ponto da ATP, agora já tenho dois", contou Jefferson para a reportagem do Globo Esporte.

Jefferson chegou a fazer carreira juvenil no tênis, mas depois seguiu por outros caminhos. Ele passou um ano e meio nos Estados Unidos antes de voltar ao Brasil para recomeçar do zero: cursou Engenharia de Produção e trabalhava com foco na área empresário até pouco tempo atrás.

"Mexi quatro anos com suplemento, compras, logística, PCP (Planejamento, Programação e Controle da Produção), tudo o que você pode imaginar. E daí, larguei tudo novamente para dar aulas de tênis", contou.


Foto: João Pires/Fotojump

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