Em dia de festa, Sá se despede das quadras

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Por Raphael Favilla  •  01 de Março de 2018

O mineiro André Sá foi tomado pela emoção durante a homenagem que recebeu no Brasil Open 2018. Disputando seu último torneio após 21 anos de carreira, o duplista recebeu placas comemorativas e foi ovacionado pelo público, que usou máscaras com o rosto do tenista, no Ginásio do Ibirapuera.

Único jogador a disputar todas as edições do Brasil Open e campeão em duas delas (2008 e 2017), Sá estava acompanhado de sua família e assistiu a um vídeo com depoimentos de Marcelo Melo, Rogério Dutra Silva, Daniel Melo, Thomaz Bellucci, Bruno Soares, Nicolas Lapentti e Tommy Haas, além de sua família. Ele recebeu placas comemorativas da ATP, da Confederação Brasileira de Tênis e da Wilson.

“O esporte me deu praticamente tudo e estou aqui hoje muito emocionado. Quero agradecer a todos os treinadores que tive, agradecer muito mesmo à minha família, à minha esposa Fernanda e minha filha Carolina, por aguentar o pai fora de casa tantas semanas. Elas foram guerreiras e entenderam os motivos para eu precisar viajar. Meus pais e meu irmão Vinicius, meu fã número 1”, discursou Sá, em meio a muitas lágrimas.

Após a homenagem, Sá entrou em quadra ao lado do paulista Thomaz Bellucci. Ele foi derrotado nas quartas de final do Brasil Open pelos argentinos Federico Delbonis e Maximo Gonzalez, que anotaram o placar de 7/6 (7-4) e 7/5, garantindo vaga nas semifinais do torneio contra o paulista Rogério Silva e o tcheco Roman Jebavy. Foi o último jogo da carreira do mineiro.

"Hoje foi um pouco diferente, mas não por causa da homenagem em que me fizeram chorar de novo. Passaram mil coisas na minha cabeça, relembrando os meus 20 anos de circuito", revelou o mineiro. "Quando tomei a decisão de parar a ficha não caiu na hora e só foi começar a cair quando eu fiz o anúncio. Agora, acho que vai precisar de mais um pouquinho de tempo para cair ainda mais", brincou.

O primeiro set foi dolorido para os brasileiros, que chegaram a abrir 5/1 com duas quebras e mesmo assim acabaram superados. Eles sacaram duas vezes para fechar, só tiveram um set-point e em ambas as situações foram quebrados. Bellucci e Sá ainda tiveram um novo set-point quando os argentinos sacaram em 5/6, mas não aproveitaram e viram Gonzalez e Delbonis faturar o tiebreak para abrir 1 a 0.

Bellucci e Sá viram a situação se complicar quando foram quebrados no sexto game da segunda parcial, mas conseguiram devolver a desvantagem logo em seguida e tiveram um fôlego extra. Só que a sobrevida não durou muito mais do que isso. Os brasileiros foram quebrados novamente quando sacavam em 5/6 e amargaram a derrota que decretou a aposentadoria do mineiro.

"Começamos em um nível incrível, mas infelizmente perdemos energia no final", lamentou Sá, que depois da partida rememorou momentos importantes de sua carreira e principalmente de sua relação com o tênis. "São vários os momentos de superação que o atleta tem que passar. Quando tinha 11 anos eu parei para jogar futebol e depois voltei com o tênis. Aos 13 fui para os Estados Unidos treinar e foi um momento que me fortaleceu, pois eu não falava a língua e a única coisa que tinha em comum com os outros lá era o tênis".

Sá destacou que escolheu o momento certo para parar e acredita que ainda tinha condições de seguir no circuito, embora não estivesse sentindo o mesmo prazer de antes em fazer isso. "A competição não estava me satisfazendo", explicou Sá, que agradeceu todo o apoio que recebeu nos últimos dias. "Foi muito bom ver o carinho de todo mundo, dos fãs e das pessoas mais próximas. Com as redes sociais muitas pessoas conseguem alcançar você e isso foi uma das coisas que mais me tocou", finalizou.

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