Esperança nas duplas não se concretiza

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Por Raphael Favilla  •  05 de Março de 2022

O calor em excesso no Parque Olímpico não ajudou a impedir a vitória alemã sobre os brasileiros.

Abrindo a rodada deste sábado, o mineiro Bruno Soares e o paulista Felipe Meligeni caíram diante dos alemães Kevin Krawietz e Tim Puetz, sendo derrotados de virada depois de 2h28 de partida: parciais de 4/6, 7/6 (7-4) e 6/4. Agora, a Alemanha lidera a série por 2 a 1 e precisa de apenas mais uma vitória para garantir um lugar na fase final da Copa Davis, que acontece em setembro.

"A avaliação é extremamente positiva. Para ser completamente positiva teríamos que ter saído com a vitória. Infelizmente não conseguimos conquistar esse ponto para o Brasil, mas jogamos um jogo de altíssimo nível", pontuou Soares.

Invicta na competição, a dupla alemã ainda continua sem saber o que é perder na Copa Davis. Puetz havia vencido os oito jogos que disputou e Krawietz sete, sendo que quatro deles juntos, ambos na fase final do ano passado, quando ajudaram a Alemanha a chegar até as semifinais.

Kevin Krawietz inclusive era um velho conhecido de Soares. Em 2020, o alemão jogando com o compatriota Andreas Mies foi bicampeão em Roland Garros derrotando o mineiro e o croata Mate Pavić na grande decisão, em sets diretos.

Foi a primeira vez que o experiente Bruno Soares jogou ao lado de Felipe Meligeni Alves, de apenas 24 anos. Quando Bruno Soares estreou nas duplas em 2005 ao lado de André Sá, Felipe Meligeni Alves tinha apenas 7 anos. Aos 40 anos recém completados e 19º do ranking ATP de duplas, o mineiro ostenta 35 títulos na carreira. Já Felipe conquistou na última semana, seu segundo título ATP. Ao lado de Rafael Matos, eles levantaram o caneco no ATP 250 de Santiago. 

A escolha por Felipe Meligeni foi do treinador Jaime Oncins. Marcelo Melo não estava machucado.

"A opção pelo Felipe é devido às condições de tempo que a gente enfrentou nessa semana e que eu achei que é a melhor para esse confronto", explicou o capitão, durante a entrevista coletiva na última sexta-feira, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. "Tenho boas recordações da Copa Davis, é sempre uma competição que eu me identifiquei muito bem. Agora tenho a oportunidade de estar do lado de fora como treinador. Mas o mais importante é estar muito bem preparado para esse confronto", definiu Oncins.

Felipe hoje é o quinto do Brasil em duplas. Atrás dos mineiros Bruno Soares (19º) e Marcelo Melo (43º), Rafael Matos (67º). O quarto é gaúcho Marcelo Demoliner, que continua afastado das competições por causa de uma lesão no joelho direito. Nesta semana ele escapou de qualquer tipo de mudanças e se manteve firme na 70ª colocação.

A definição do confronto entre Brasil e Alemanha pode vir já no próximo jogo, em que o cearense Thiago Monteiro desafiará o número 3 do mundo Alexander Zverev. Os dois venceram seus primeiros jogos no confronto. Caso o brasileiro surpreenda e vença, o paranaense Thiago Wild duelará com Jan-Lennard Struff para decidir quem avança no torneio e quem disputará os playoffs pela manutenção no Grupo Mundial.

O jogo

O panorama inicial da partida foi de muito equilíbrio. Os brasileiros davam mais trabalho para os alemães confirmarem os saques, mas sem chances de quebra até o fim do primeiro set. Mas quando ela apareceu, Bruno e Felipe souberam aproveitar.

A primeira chance de quebra veio apenas no nono game, quando Krawietz encarou duplo break-point com 15-40. A dupla alemã até salvou o primeiro, mas não escapou do segundo e perdeu o saque. Felipe então foi aos serviços para fechar, também foi ameaçado com 15-40, mas foi firme na pressão e confirmou para garantir a primeira parcial para o Brasil.

O equilíbrio se manteve no segundo set, novamente decidido nos detalhes. Os brasileiros salvaram os únicos três break-points da parcial, todos no quarto game, e sem quebras a definição foi para o tiebreak. Krawietz e Puetz largaram muito bem no desempate, abriram 5-1 com dois mini-breaks e praticamente selaram o empate, que se consolidou e acabou acontecendo logo em seguida.

Então o momento da partida virou completamente.

Com Meligeni sofrendo mais para confirmar os saques, Pütz e Krawietz acertaram as devoluções e conseguiram a quebra para abrir 4/2 e calar as arquibancadas pulsantes do Centro Olímpico de Tênis, no Rio. Os alemães só tiveram o trabalho de confirmar os serviços para garantir a vitória.


Foto de Capa: Sergio Moraes/Reuters



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