Ingrid Martins fala sobre início da carreira e planeja calendário

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Por Nittenis News  •  26 de Março de 2024

Por Ariana e Aline Brunello

A participação brasileira na chave de duplas do WTA 1000 de Miami chegou ao fim com a queda de Ingrid Martins nas oitavas de final. A carioca e a russa Anna Blinkova foram superadas pela belga Elise Mertens e a taiwanesa Su-Wei Hsieh, líderes do ranking e principais cabeças de chave, que marcaram um duplo 7/5 em 1h35 de partida.

Ingrid e Blinkova conseguiram uma vaga na chave de última hora, e venceram a estreia no último domingo, diante das chinesas Xinyu Jiang e Yue Yuan. O resultado rende 120 pontos na WTA para a parceria. A carioca de 27 anos e 53ª do ranking está seis posições abaixo da melhor marca na carreira e conseguiu vencer seu segundo jogo na temporada, o primeiro em torneios de nível 1000.

Depois da derrota, Ingrid conversou com a enviada especial da Nittenis ao Miami Open Ariana Brunello. Além de falar sobre a correria que antecedeu a partida de estreia  a carioca e a russa Blinkova eram alternates na Flórida, e só conseguiram entrar no torneio no mesmo dia do primeiro duelo  , Martins lembrou do início da carreira, o primeiro título WTA e contou um pouco mais sobre seu calendário. Confira:

Você começou a carreira jogando tênis universitário nos EUA, jogando pela Universidade da Carolina da Sul. Conta pra gente um pouco dessa experiência.

Foi uma decisão em cima da hora. Era abril de 2015. Eu estava começando o circuito profissional. E vocês sabem como é difícil esse início no profissional. Investimento, horas viajando, de futures e challengers, passar por todas essas etapas. Uma hora meu pai falou que não conseguiria mais me ajudar com os custos. Foi aí que surgiu a oportunidade de jogar o circuito universitário nos EUA.

Eu nunca imaginei jogar o circuito universitário. Tinha uma mentalidade  que ainda é comum no Brasil, mas que está melhorando bastante   que é aquela ideia de que se você for jogar por uma universidade, você acabou como profissional. Então eu tive que ler muito artigo e entrevistas de brasileiros que já vieram pra cá (Estados Unidos). E que conseguiram fazer uma transição para o profissional. Então arrisquei. Eu não me via parando de jogar tênis e estudar, fazer uma faculdade normal. Era essa a minha outra opção.

O técnico aqui topou na hora, e aceitou fazer a visita. Meu inglês era fraco e precisava fazer o TOEFL (teste de proficiência em inglês). Me falaram, 'tira a metade pelo menos'. Tirei. E aí comecei em 2015 na Carolina do Sul. Graduei em 2019. Foi incrível a minha experiência por lá. Recomendo para todo mundo, e não mudaria nada. Mas agora estou feliz também de estar aqui, jogando o circuito.

O seu primeiro título foi na grama. Geralmente os brasileiros se adaptam melhor ao saibro...

É, foi uma loucura. A primeira semana que joguei sobre a grama eu saí de Roland-Garros e fui jogar um ITF na grama. A minha mãe até assistiu o jogo e falou 'nossa, gente, que isso?'. Eu joguei muito mal, porque na grama é um estilo de jogo muito diferente, e a gente não está acostumada. 

Aí eu falei, não, tudo bem, eu preciso de mais preparação e tal. Talvez fazer outro calendário. E aí fomos melhorando nos torneios na grama, ganhamos o torneio anterior ao Wimbledon (WTA 250 de Bad Homburg, na Alemanha). E aí veio Wimbledon e fizemos oitavas, quando éramos a terceira dupla no alternate.

A gente entrou também em cima da hora, foi a mesma situação que passei agora em Miami. Em Wimbledon também foi assim, a gente entrou, ganhamos, e fizemos oitavas. Foi aí que a grama passou a ser minha superfície favorita. Mas é um jogo diferente, na grama.

Agora com a participação aqui em Miami você vai pular do ranking 53 para 49. Quais os próximos passos? Pretende continuar essa parceria com a Anna Blinkova?

Vou pra Charleston, um WTA 500 no saibro. Jogo ao lado da (eslovaca Tereza) Mihalikova. Depois tem a Billie Jean King Cup, em São Paulo estão todos convidados para estarem lá  . E depois tem a gira de saibro na Europa, com Madri, Roma, etc. A parceria ainda não está definida, mas com certeza quero sim jogar mais partidas com a Anna (Blinova).

Sobre o ranking, eu acho que é consequência, estou começando agora nesse circuito de duplas. Quero aprender bastante. Quem sabe em um futuro próximo eu já não tenha uma parceira definida, fixa, que eu possa trabalhar junto, definir estratégias. Para chegar lá em cima você precisa disso.

Então é isso, trabalhar com tudo na quadra e aprender bastante.

A gente deseja boa sorte e vamos estar sempre na torcida. Muito obrigada.

Foto: Aline Brunello

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