Medalha Olímpica à vista?

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Por Raphael Favilla  •  15 de Julho de 2021

Malas prontas, mais uma vez. Como de praxe. Mais uma viagem se avizinha para Marcelo Melo e Bruno Soares.


Fazer e desfazer malas. Prática mais do que comum, totalmente incorporada à rotina destes dois tenistas brasileiros, cujas carreiras vitoriosas dispensam apresentações. Mas dessa vez o velho costume ganha contornos excepcionais.


As malas com as roupas e raquetes dos mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares têm pela frente um longo caminho até o destino final, entre escalas em aeroportos e intermináveis horas de voo. A dupla embarca nesta sexta-feira, 16, para Tóquio, levando na bagagem mais do que pertences. Os mineiros também levam consigo um sonho antigo até a capital japonesa. Uma meta há muito esperada.


O objetivo dos tenistas é conquistar a inédita medalha olímpica para o país naquela de que deve ser última Olimpíada de cada um. O melhor resultado do Brasil nos Jogos até hoje pertence a Fernando Meligeni, que ficou em quarto lugar na competição de simples nos Jogos de Atlanta, em 1996.


“A Olimpíada é o maior evento esportivo do mundo, tem sempre um sabor especial. Oportunidade de jogar uma já é muito especial e estou indo pela quarta vez aos Jogos. Novamente um orgulho enorme em poder representar o Brasil. Sempre uma grande emoção de estar em quadra defendendo o país”, conta Marcelo Melo, o Girafa.


“Temos tudo para ir bem. Mas, como falo sempre, passo a passo é o mais importante, sem criar muita expectativa. Acredito que estou chegando a essa Olimpíada na minha melhor forma física, mental e de experiência. E vamos com tudo atrás dessa medalha tão sonhada por nós, pelo tênis brasileiro, pelo país. Voltar de Tóquio com uma medalha para o Brasil é um resultado que queremos muito”, complementou Melo.


A primeira disputa olímpica de Marcelo Melo foi ao lado de André Sá em 2008, nos Jogos de Pequim. O dueto brasileiro parou nas oitavas.


Já em Londres 2012 e Rio 2016 o Girafa representou as cores do país ao lado de Bruno Soares. Logo, em Tóquio a parceria entre os mineiros estará firmada pela terceira vez.




“Eu e o Bruno nos conhecemos muito bem, já jogamos muitas vezes pelo Brasil, além dos Jogos Olímpicos, também na Copa Davis. Estamos fazendo, antes da viagem para o Japão, uma preparação especial em Belo Horizonte, treinando com foco total para os Jogos, para chegarmos com tudo em Tóquio”, finalizou Marcelo.


Na capital mineira, Melo também treina acompanhado do irmão e técnico, Daniel Melo, e do preparador físico Chris Bastos. Já Soares conta com seu treinador Hugo Daibert.


"A preparação não é só física ou em quadra, mas também é mental. Nós estamos nos preparando para lidar com tudo e com os diferentes protocolos que vamos enfrentar por lá também. Felizmente o Jaime Oncins e o Daniel Melo, o capitão e o assistente técnico da equipe brasileira da Copa Davis, vão poder estar com a gente, então ficamos mais tranquilos em relação ao apoio. Estamos fazendo todos os nossos esforços para chegarmos preparados da melhor forma possível", projetou Soares.




“Como voltei de Wimbledon mais cedo que o Marcelo, eu já tinha começado a treinar sozinho na semana passada, aí ele chegou para completar nesta semana. Os treinos estão sendo ótimos e estou muito empolgado pra fazer essa viagem e mais feliz ainda de jogar com o Marcelo numa terceira Olimpíada. É uma sensação única”, completou Soares.


No Grand Slam londrino os belo-horizontinos tiveram destinos diferentes. Bruno e o escocês Jamie Murray caíram logo na segunda rodada da chave de duplas masculinas, enquanto Melo foi eliminado nas quartas de final.


Ao lado de Lukasz Kubot, Marcelo vendeu caro a eliminação diante da melhor dupla do mundo na atualidade. Cabeças de chave número 8 neste ano em Wimbledon, o mineiro e o polonês reviveram as grandes atuações da parceria.


No segundo torneio desde que decidiram voltar a jogar juntos nesta temporada, Melo e Kubot duelaram por quase quatro horas de partida. Após muito equilíbrio, levaram a virada e foram eliminados pelos croatas Nikola Mektic e Mate Pavic, parciais de 3/6, 4/6, 6/4, 7/6 (7-4) e 6/4. A dupla é a grande favorita pela medalha de ouro no Japão.




Melo e Soares são os dois maiores duplistas do tênis masculino brasileiro. Juntos, somam sete títulos de Grand Slam, considerando-se duplas mistas e masculinas. São dois de Melo e cinco de Soares. A lista é longa, mas merecida ser lembrada. Melo já conquistou os torneios de Wimbledon, com o atual parceiro Lukasz Kubot, e Roland Garros ao lado de Ivan Dodig.


Soares é bicampeão de duplas mistas do US Open. Em 2012 com Ekaterina Makarova, e 2014 com Sania Mirza. Ganhou ainda o torneio americano de 2016 ao lado de Jamie Murray. Junto com o britânico venceu o Australian Open 2016, e ao lado de Elena Vesnina conquistou as duplas mistas no mesmo torneio.


Único brasileiro a alcançar o posto de número um do mundo no ranking ATP de duplas, Marcelo Melo hoje é o décimo oitavo do ranking, enquanto Soares está no 13º lugar.


A Olimpíada de Tóquio terá início no dia 23. No dia seguinte, já começará a disputa do tênis, no Ariake Tennis Park.

Créditos fotos: Divulgação/Reprodução CBT


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