Nalbandian é acusado de instalar câmera escondida para espionar ex-namorada

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Por Raphael Favilla  •  23 de Novembro de 2023

Araceli Torrado, ex-namorada do argentino David Nalbandian, denunciou o ex-tenista profissional por assédio sexual, assédio e violação do lar. A modelo e influenciadora afirma que o ex-número 3 do mundo instalou uma câmera espiã em seu quarto, num contexto de assédio, perseguição e ciúme. As informações são do jornal argentino Clarín.

O Ministério Público Fiscal de Buenos Aires arquivou a denúncia duas vezes, segundo fontes judiciais citadas pelo Clarín. O juiz rejeitou os pedidos de medidas cautelares e de prova da parte acusadora. O advogado de Araceli Torrado, Martin Olari Ugrotte, afirmou que já apelaram da decisão e aguardam a decisão da Câmara.

Após a divulgação do escândalo, o vencedor de 11 títulos ATP Nalbandian falou com o Clarín e foi enfático: "Já há uma decisão do juiz, vejam bem antes de falar", referindo-se à decisão da justiça de arquivar a denúncia e não acatar os pedidos do advogado da modelo.

Mas, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual o caso veio à tona agora, foi além: "Querem dinheiro e fama".

O Clarín consultou o Ministério Público sobre a denúncia e recebeu a seguinte resposta: "A denúncia foi arquivada duas vezes. Uma ex-parceira denunciou, foi arquivada. A procuradoria da Câmara revisou e novamente arquivou. A procuradoria argumenta que implorar para voltar não é assédio por violência de gênero."

Como parte da denúncia, Torrado apresentou um vídeo do momento em que seu irmão desmonta o duto de ventilação de seu quarto e descobre uma câmera escondida. Ela também anexou áudios do WhatsApp e uma gravação da conversa telefônica entre ela e Nalbandian, na qual ele reconhece o episódio.

Torrado compareceu à Oficina de Assistência à Vítima e à Testemunha em julho, buscando medidas de proteção depois que Nalbandian admitiu ter colocado uma câmera em seu quarto. Além disso, a modelo pede que investiguem o ex-tenista, a quem acusa de assédio sexual, perseguição e invasão de domicílio.

Em junho deste ano, Torrado encontrou uma câmera de vigilância capaz de transmitir em tempo real escondida na ventilação do apartamento que compartilhava com Nalbandian, que mais tarde confessou ser o responsável por aquele dispositivo, por meio de uma conversa no WhatsApp.

Na época, Torrado descreveu o ex-tenista como "ciumento e excessivamente controlador" e solicitou medidas de proteção, como proibição de aproximação e contato com ela.

O advogado Olari Ugrotte afirmou que "há vários meses apresentamos uma denúncia por assédio e perseguição à Justiça contravencional de Buenos Aires, mas o Ministério Público Fiscal arquivou a denúncia sem discutir os fatos."

"Como parte acusadora, pedimos novamente ao tribunal de primeira instância medidas de proteção e de prova. O juiz decidiu rejeitá-las, e em 25 de outubro recorremos à Câmara de Contravenções de Buenos Aires, onde a última notícia que tivemos foi em 6 de novembro, quando nos notificaram que o pedido estava na secretaria geral", detalhou.

Ele explicou que estão pedindo que "a justiça garanta a segurança de Araceli, que, devido aos fatos, teve que deixar o domicílio que compartilhavam e procurar refúgio em outro lugar; por isso, pedimos uma restrição de aproximação e proibição de contato."

Além disso, explicou que, para avançar na investigação, solicitaram a busca nos domicílios de Nalbandian em busca de dispositivos eletrônicos que possam armazenar imagens capturadas pela câmera, uma vez que o atleta admitiu em conversas telefônicas que ele havia instalado esse equipamento, e as empresas telefônicas confirmaram que a linha da qual ele ligou está em seu nome.

Nesse sentido, enfatizou que desde a primeira apresentação estão pedindo que chamem Araceli para depor, mas "isso ainda não aconteceu."

"No relatório da Oficina de Assistência à Vítima, ela conta muitas coisas, mas não está incorporado ao processo e, além disso, em um depoimento, pode-se avançar em muitas perguntas, que, por enquanto, a Justiça não fez", enfatizou.

De acordo com o advogado, isso causou "muitos transtornos na vida dela, desde se mudar até reformular muitas coisas que teve que mudar", e afirmou que há outros episódios sobre os quais a jovem precisa decidir se quer avançar.

Ele também apontou que, em outubro passado, foi convocada uma mediação civil no contexto de uma ação por danos e prejuízos que tramita no foro nacional civil, e que, nessa instância, nem o acusado nem seu defensor compareceram.


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