Por Thomaz Koch

No primeiro fim de semana deste mês de março, mais precisamente na sexta e no sábado, ganhamos um presente fantástico: a realização de uma etapa do que eles insistem em chamar de Copa Davis, mas que de Davis não tem mais nada a ver.

É um evento super importante. Seria melhor dar um nome diferente, como, por exemplo, Pancho Segura ou Jack Kramer.

A finada Copa Davis original, com confrontos memoráveis entre países em jogos de cinco partidas, sendo quatro simples e uma dupla, jogados em melhor de cinco sets em três dias, não existe mais.

Os tempos são outros e poucos têm a paciência de assistir partidas que só são decididas em três ou quatro horas, e muitas vezes num calorão brabo!

Mas não é sobre esse assunto que queria falar. É que machuca terem desvirtuado tanto o evento mais tradicional do tênis numa outra competição. Deixem a Copa Davis quietinha! Alemanha e Brasil jogaram pelo direito de disputar a próxima etapa do que chamam de Copa Davis, que será decidida, em uma semana, no final do ano.

Que maravilha termos a chance de ver Alexander Zverev, número três do mundo, jogar em solo brasileiro, mais precisamente no Rio de Janeiro.

Houve pouca divulgação para esse evento e só soubemos da vinda dele com uma semana de antecendência.

Trazer para o Brasil um top 10 já é difícil, que o digam os organizadores do Rio Open. E a vinda do Zverev foi uma grata surpresa. Que upgrade! Certeza de um excelente tênis para ser jogado na quadra, mostrando que a Alemanha respeitou muito o Brasil, trazendo sua força máxima.

E será que nós respeitamos o tenista numero três do mundo? Eu ainda sou das antigas e gosto de ver o tenista ser respeitado na quadra quando está tentando desenvolver seu jogo, mostrando seu talento. Definitivamente sou contra o antijogo. Que vença o melhor! Soa antiquado, talvez, mas sou de uma época que o mais importante era o show, o espetáculo e o respeito fazia parte desse pacote.

Que show ele deu no jogo contra o Thiago Monteiro, principalmente no primeiro set, ganhando como quis por 6-1. E o que ele recebeu em troca?  Vaias e desrespeito! Triste para alguém que gosta de ver um tênis tão bem jogado e tem pouquíssimas oportunidades de curtir um dos melhores do mundo sem sair de casa. E olha que Thiago estava jogando bem, mas Zverev não lhe deu nenhuma abertura, não errou nada, não deixou Thiago entrar no jogo. No segundo set, Thiago jogou muito bem e quase leva a partida para o terceiro set, quando teve um set point. À essa altura, Zverev, irritadíssimo com o público que ficou pegando no pé dele durante o set inteiro, teve sorte de fechar a parcial e o jogo e evitar o terceiro set.

Os jogadores brasileiros se apresentaram muito bem com ótima técnica e muita garra, lutando do começo ao fim em todas as partidas.

Nosso capitão Jaime Oncins fez com que o time rendesse o máximo!

Na dupla tivemos chance, mas a dupla alemã é boa demais. Me lembrou muito a grande dupla do Peers da Austrália e o Kontinen da Finlândia, especialmente perto da rede.

Destaque nota 1000 para Thiago Monteiro, jogador com excelente postura na quadra, jogando para ganhar, repetindo a bela atuação no Rio Open algumas semanas antes.

E também para Thiago Wild, que jogou um partidaço contra Zverev no primeiro dia.

Por último, Felipe Meligeni jogou demais, superando todas as expectativas, encarando os alemães com potência e qualidade na dupla com Bruno Soares.

Organização do evento perfeita, excelente público!

A quadra de saibro, como era de se esperar, apresentou algumas falhas no pique da bola por ser uma quadra muito nova sobre um piso de quadra dura.

O evento, uma boa novidade, só precisa arrumar um nome para ele. É muito bom e nós fomos brindados com um belo espetáculo de muita emoção!

Parabéns para a CBT, que fez tudo certinho!

Só faltou a vitória, mas daí talvez fosse pedir demais, pois o time deles é muito bom.

Em tempo: principalmente a Light sendo uma das patrocinadoras, não dava para trocar as lâmpadas queimadas do estádio? Um dos lados da quadra estava mais escuro…