Quando perder pode ser vencer

Início    /    Editorial    /    Quando perder pode ser vencer
Por Nittenis News  •  09 de Junho de 2023

Por Diego Werneck

Não apenas no tênis e no esporte em geral, mas na vida como um todo derrotas costumam ser sinônimo de fracasso. Não deveria ser assim, mas infelizmente na maioria das vezes é dessa forma que percebemos um revés.

A brilhante trajetória de Beatriz Haddad Maia, nossa Bia, no entanto, nos mostra claramente o contrário: é, sim, muito possível sairmos vitoriosos em uma derrota. Aliás, um dos mantras de especialistas, gurus e coaches mundo afora é justamente que nas derrotas aprendemos, nos fortalecemos, evoluímos e nos tornamos não apenas vencedores, mas cada vez mais fortes.

E assim tem sido a trajetória dessa paulistana no circuito profissional do tênis. Não faltaram reveses na sua ainda curta carreira, desde lesões sérias a suspensão por doping. Nada, porém, foi páreo para a determinação e o talento de Bia. Aos recém completados 27 anos, ela alcança seu auge físico, técnico e mental justamente no torneio que eternizou o último fenômeno do tênis brasileiro, Guga.

A derrota na semifinal de Roland Garros, tão próxima da glória de uma disputa por um título de Slam no currículo, pode num primeiro momento soar dura, dolorosa. Não no caso de Bia, que caiu para a número um do mundo e bicampeã no saibro francês, Iga Swiatek, e vendeu caro o segundo set, quase vencendo o tie break da parcial. Mas não “apenas” pela adversária de peso - o que por si só já poderia indicar - a derrota da brasileira teve o valor de uma vitória.



Bia vem demonstrando claramente, não apenas agora no Slam francês mas ao longo do último ano, um amadurecimento e uma evolução em todos os aspectos do seu jogo, em especial no mental. Aprendeu a ler o que cada jogo e adversária apresenta de forças e fraquezas e como explorar a seu favor. Isso é uma tremenda arma pra quem joga tênis nesse nível e almeja estar entre as melhores do mundo. O que, inclusive, a brasileira acaba de conquistar com sua histórica semifinal em Paris, quando deve figurar na próxima semana no seleto grupo do top 10 da WTA.

E ao que tudo indica, esse parece ser somente o começo de uma trajetória brilhante de Bia Maia no circuito mundial.

Wimbledon que aguarde o furacão brasileiro!

Crédito fotos: Julien Crosnier/FFT

Publicidade