Teremos uma final feminina inédita no US Open. E que final! A polonesa quase invencível líder do ranking e a tunisiana futura número 2 irão decidir o slam nova-iorquino. Iga Swiatek conviveu outra vez com seus altos e baixos, mas ligou o motor turbo e fez um final de jogo impecável contra Aryna Sabalenka, vencendo quatro games seguidos de virada a partir do 2/4. Ons Jabeur não deu a menor chance à embaladíssima Caroline Garcia, que ficou, é verdade, longe do seu melhor, mas teve todas as suas iniciativas muito bem barradas pela talentosa tenista africana.

Jabeur, a "Ministra da Felicidade"

Dois meses depois de ser vice-campeã de Wimbledon, Ons Jabeur terá a oportunidade de disputar mais uma final de Grand Slam. A tunisiana de 28 anos e número 5 do mundo garantiu seu lugar na decisão do US Open ao superar nesta quinta-feira (9) a francesa Caroline Garcia, 17ª do ranking, com parciais de 6/1 e 6/3 em 1h05 de partida.

O resultado acabou com uma invencibilidade de 13 jogos que Garcia tinha no circuito. A francesa conquistou recentemente o WTA 1000 de Cincinnati e manteve o embalo durante o US Open, chegando à semifinal sem perder sets. A ex-número 4 do mundo e vencedora de três torneios na temporada voltará ao top 10. Há pouco mais de dois meses, em 20 de junho, era apenas a 75ª do ranking.

Chamada de "Ministra da Felicidade" em seu país, Jabeur é a única jogadora do continente africano a disputar uma final de Grand Slam, além de também ser a única mulher árabe a atingir esse feito. Com dois títulos e mais três vice-campeonatos na temporada, ela terminará o US Open como número 2 do mundo.

Swiatek tenta conquistar terceiro título de Slam

Assim como havia acontecido em outros três confrontos na temporada, Iga Swiatek voltou a superar Aryna Sabalenka nesta quinta-feira e garantiu vaga na final do US Open. A número 1 do mundo começou atrás no placar, mas conseguiu reagir e vencer por 3/6, 6/1 e 6/4 em 2h10 de partida. Só neste ano, a polonesa já havia superado a rival em Doha, Stuttgart e Roma.

Bicampeã de Roland Garros em 2020 e 2022, Swiatek disputará sua terceira final de Grand Slam na carreira, a primeira em Nova York. Com 56 vitórias e seis títulos na temporada, a polonesa de 21 anos tem conseguido ótimas campanhas em Grand Slam. Além das duas finais, também fez semi na Austrália. Sua única eliminação precoce foi em Wimbledon, onde caiu na terceira rodada.

O histórico de confrontos entre Swiatek e Jabeur está empatado em 2 a 2. Na atual temporada, houve apenas um encontro na final de Roma, com tranquila vitória da polonesa líder do ranking.

Curiosidades

A vencedora da finalíssima deste sábado, além de faturar US$ 2,6 milhões, será a 27ª diferente campeã do torneio na Era Aberta.

A propósito, nenhuma das finalistas chegou a qualquer decisão dos torneios preparatórios que antecederam o US Open. Swiatek não conseguiu ganhar dois jogos seguidos – foi batida por Bia Haddad em Toronto e por Madison Keys em Cincinnati. Jabeur foi ainda pior, tendo feito só quartas em San Jose.

A polonesa pode levantar os três maiores torneios norte-americanos de quadra dura. A campeã de Indian Wells e Miami tira de vez o estigma de saibrista. A seu favor também a estatística de que a cabeça 1 do US Open (ou seja desde 1968) levantou o troféu 20 vezes e ficou com o vice em nove. Além disso, a principal favorita ganhou três dos últimos cinco Grand Slam, entre eles a própria Iga em Roland Garros. Outro feito interessante para ela é a chance de ser a primeira desde Angelique Kerber em 2016 a ganhar dois Slam numa mesma temporada.

Aliás, aos 28 anos e 11 dias, Jabeur pode ser a mais velha a ganhar um Slam desde a mesma Kerber no Australian Open de 2016. Esta é sua segunda chance consecutiva, já que decidiu Wimbledon dois meses atrás. A tunisiana pode manter a sina do circuito feminino de ver quatro diferentes campeãs de Slam em todas as temporadas desde 2017 e entrar para a lista das 18 tenistas em atividade com título de Slam. Dos últimos 18 Slam disputados, surgiram 10 campeãs inéditas.