Treinador também ganha jogo?

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Por Raphael Favilla  •  09 de Setembro de 2022

Primeira africana em uma final de US Open, Ons Jabeur disputará sua segunda decisão em um torneio do Grand Slam. A primeira foi em Wimbledon deste ano, no começo de julho, quando ela foi derrotada pela cazaque Elena Rybakina. Depois do revés na grama sagrada de Londres, a tunisiana não demorou muito para voltar a uma decisão deste porte.

Para chegar a finalíssima deste US Open, a tunisiana fez um jogo praticamente perfeito, dominando o primeiro set amplamente e definindo a parcial em apenas 23 minutos, 6/1 no placar. Jabeur disparou seis aces, conseguiu três quebras e cedeu apenas quatro pontos em seus games de serviço. Com um jogo sólido de fundo de quadra e utilizando bem os slices para não dar ritmo à francesa, ela fez 11 a 5 nos winners e cometeu apenas cinco erros contra 14 de Garcia.

O segundo set foi um pouco mais equilibrado, com apenas uma quebra, mas não demorou para que a Jabeur abrisse grande vantagem, chegando a liderar por 4/1. Garcia até fez bons games de saque na reta final da partida, mas Jabeur continuava sem dar chances em seu serviço Mesmo encarando alguns games longos, ela não enfrentou break-points até o final do jogo. Encerrando assim uma sequência de 13 triunfos da rival francesa.

“Foi um grande jogo para mim, para ser honesta. O plano era seguir meu treinador pela primeira vez 100% (risos). Foi bom, ele está satisfeito e não vai ter nada a dizer após a partida”, brincou a tunisiana. “Sabia que ela estava muito confiante, então tive que realmente impor meu jogo desde o início. Acabou funcionando muito bem até o final da partida”, acrescentou.

“Taticamente, ele me disse para realmente jogar no backhand dela porque era muito dominante com o forehand. Você sabe, concentre-se em um lado. Fiz coisas diferentes no saque, pois sabia que seria atacada em quase toda bola”, complementou a finalista em Flushing Meadows, explicando um pouco melhor as instruções dadas pelo treinador.

Jabeur acredita que chegará mais forte para a decisão em Nova York depois de ter vivenciado a experiência de já ter jogado uma final de Slam. “Em Wimbledon eu estava apenas vivendo o sonho e não podia acreditar. Mas agora espero estar acostumada com isso, talvez eu saiba o que fazer. Eu sei que vai ser muito difícil, mas vou dar o meu melhor agora”, comentou a tunisiana.

“Definitivamente aprendi com todas as finais que joguei, especialmente a última em Wimbledon”, falou Jabeur, que neste ano venceu todas as seis semifinais que disputou. “Aparentemente eu gosto de chegar nas finais, então vou com tudo nas semis”, ironizou a tenista de 28 anos, que venceu duas das cinco decisões que jogou em 2022.

Uma destas derrotas em finais nesta temporada foi em Roma para a polonesa Iga Swiatek, que será sua adversária na disputa do título do US Open. “Iga nunca perde finais, então vai ser muito difícil. Sei que ela sofreu um pouco com as bolas aqui, mas não a vejo sofrendo muito. Ela está jogando incrível, será uma partida difícil. Definitivamente tentarei minha vingança”.

Foto: Darren Carroll/USTA

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